Brasil fecha venda de 20 jatos da Embraer ao Japão e mira etanol na aviação
Negócio de R$ 10 bilhões com a All Nippon Airways fortalece Embraer e impulsiona planos de uso do etanol como combustível aéreo
Por Plox
26/03/2025 18h40 - Atualizado há cerca de 1 mês
Durante a visita oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Japão, o Brasil consolidou importantes parcerias no setor aéreo, com destaque para a venda de 20 jatos da Embraer à companhia japonesa All Nippon Airways (ANA). O negócio, que inclui a compra inicial de 15 aeronaves do modelo E-190 e a previsão de mais cinco aquisições futuras, representa um investimento de cerca de R$ 10 bilhões.

Além do impacto financeiro, o acordo foi celebrado como uma vitrine para o mercado internacional, segundo o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho. Ele destacou que a negociação serve como chancela para outras possíveis vendas da Embraer a países estrangeiros. O ministro também afirmou que o Brasil já se prepara com programas de capacitação para formar mão-de-obra qualificada, considerando o crescimento da indústria aeronáutica.
Outro avanço relevante na visita ao Japão foi nas tratativas sobre o uso do Combustível Sustentável de Aviação (SAF), especialmente o derivado do etanol, como alternativa ao combustível fóssil. O governo brasileiro informou que negociações estão em curso para que 10% do combustível usado na aviação japonesa venha do etanol. O produto pode ser extraído de fontes como cana-de-açúcar, milho, óleo de cozinha usado, gorduras e resíduos agrícolas.
De acordo com Silvio Costa Filho, essa alternativa sustentável fortalece a indústria sucroenergética brasileira e reforça o papel do país na liderança de soluções energéticas limpas para o setor aéreo. O Brasil, segundo o Planalto, possui ampla expertise no desenvolvimento e produção desse tipo de combustível.
Também em destaque nas conversas com empresários japoneses esteve o eVTOL, uma aeronave elétrica de decolagem e pouso vertical — conhecida como “carro voador”. O presidente da Embraer, Francisco Gomes Neto, afirmou que o projeto, desenvolvido em parceria com empresas japonesas, deverá entrar em operação até o fim de 2027. O veículo, 100% elétrico, é visto como uma solução inovadora para cidades com alto tráfego urbano, como São Paulo, Tóquio, Nova York e Los Angeles.
Com a venda dos jatos e os avanços nas negociações sobre o SAF e o eVTOL, o Brasil reforça sua posição estratégica no mercado aeroespacial e energético global.