Dentista é preso por abusos sexuais contra pacientes e funcionárias

Um dentista, dono de uma clínica odontológica localizada na região central de Brasília, foi preso preventivamente na tarde da última segunda-feira (24/3), sob a acusação de abusar sexualmente de diversas pacientes e funcionárias do estabelecimento.

Foto: Edward Olive/Getty Images

Pelo menos quatro mulheres já formalizaram denúncias contra o profissional, que inclusive foi indiciado por um estupro ocorrido em 2012, quando uma paciente relatou ter sido violentada enquanto estava deitada na cadeira de atendimento.

Os relatos revelam um padrão de comportamento abusivo. As vítimas relataram que o dentista costumava beijá-las sem consentimento, dava tapas em suas nádegas e tentava agarrá-las à força. Um dos casos recentes aconteceu em outubro do ano passado, quando, ao final de um atendimento, ele deu dois tapas nas nádegas de uma paciente, sem que ela tivesse dado qualquer sinal de consentimento.

Assustada, a mulher saiu rapidamente da clínica. Dois meses depois, ao retornar para terminar o procedimento, foi novamente alvo de um ataque. O dentista tentou beijá-la, e, ao ser recusado, puxou a vítima com força, cheirou seu pescoço e apertou suas nádegas, chamando-a de \"boazuda\". A paciente reagiu empurrando o agressor e fugiu do local.

O comportamento predatório do dentista não se restringia às pacientes. Uma funcionária da clínica relatou ter sido assediada constantemente durante quatro anos, com toques indesejados e abordagens físicas. Para tentar se proteger, ela passou a gritar sempre que ele tentava tocá-la. Outro caso envolve uma segunda funcionária, que foi agarrada com violência pelo dono da clínica.

Em mais uma denúncia investigada pela 5ª Delegacia de Polícia (Área Central), uma mãe procurou a unidade policial no ano passado, após sua filha relatar ter sido abusada durante uma consulta odontológica. A jovem disse que, após elogios constrangedores feitos pelo dentista, ele passou a mão e deu um tapa em suas nádegas assim que ela se levantou da cadeira, ao final do atendimento.

As investigações apontam que os abusos aconteciam sempre em momentos nos quais o dentista estava sozinho com as vítimas, aumentando a vulnerabilidade delas. O suspeito também se aproveitava das relações de poder – seja como chefe ou como profissional de saúde – e da diferença de idade de pelo menos 20 anos entre ele e as mulheres, agravando ainda mais a desigualdade da situação.

As autoridades seguem apurando se há outras vítimas que ainda não registraram denúncia.