Audiência de conciliação é interrompida com fato inusitado

Vendedor participava de audiência da sala de parto e esposa deu à luz durante videoconferência

Por Plox

26/04/2021 20h01 - Atualizado há quase 3 anos

A tecnologia tem permitido encurtar distâncias, ganhar tempo, agilizar procedimentos. No mundo contemporâneo e em especial no Judiciário, é uma realidade irreversível. Mas acontecimentos raros e incomuns continuam lembrando que, por detrás de cada feito, seja no papel, seja na tela, existem vidas marcadas por tristezas e alegrias.

Audiência ocorreu paralelamente ao parto da bebê Lavínia: Foto: Divulgação/TJMG

 

O juiz Paulo Barone Rosa, acostumado a conduzir audiências presenciais e virtuais na 3ª Unidade Jurisdicional Cível da Comarca de Belo Horizonte, se tornou, no sentido lato da palavra, testemunha de um momento único na trajetória de uma família.

O vendedor autônomo de colchões Huan Bruno Conceição Silva, de 29 anos, foi protagonista, mas por pouco tempo, de um fato que ocorreu em 13 de abril, paralelamente à participação dele numa audiência de conciliação no Juizado Especial da capital.

Ele acompanhava, de forma simultânea, o parto da esposa e, enquanto discutia uma demanda de consumo com a concessionária responsável pela rodovia BR 381, assistiu ao nascimento de sua filha, Lavínia.

Ao saber da novidade, informada pelo próprio pai da criança, o magistrado pediu licença para eternizar o momento por meio de um print da tela da videoconferência. Autorização dada, os trabalhos não se estenderam.

O magistrado afirma que o episódio inusitado, em que um dos participantes de uma videoconferência de teor judicial está numa sala de parto, o surpreendeu. "Na situação em que ele se encontrava, o Huan poderia ter solicitado o adiamento e a marcação de nova data. No entanto, ele preferiu acompanhar a audiência de conciliação e com isso até contribuiu para a agilidade na tramitação do processo", diz.

A ação, que foi iniciada em março de 2020 e segue tramitando, trata de um acidente felizmente sem consequências graves para o motorista. O profissional se dirigia a Piracicaba quando colidiu com o para-choque de um caminhão, solto na pista.

Na batida, o eixo traseiro do carro do vendedor quebrou, e ele não pôde entregar o produto. Além do prejuízo na venda não concluída e no reparo do veículo, ele precisou pagar um hotel e alugar um automóvel.

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