Descoberta em Petrópolis (RJ) pode ser a primeira onça-parda branca do mundo

Pesquisadores e a comunidade científica estão em alerta após um morador de Petrópolis, no Rio de Janeiro, filmar o que pode ser a primeira onça-parda branca do mundo. O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) está monitorando a situação e tentando localizar o animal.

A onça-parda branca, também conhecida como suçuarana (Puma concolor), possui uma mutação genética chamada leucismo, que faz com que a pelagem do animal seja branca devido à falta de melanina. No entanto, os olhos do felino mantêm a pigmentação normal. Um animal com essas características foi registrado em 2013 no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, uma área preservada da Mata Atlântica, a 60 quilômetros de Petrópolis. Um artigo científico sobre o caso foi publicado em 2018.

Apesar das tentativas de encontrar o felino novamente para aprofundar as pesquisas sobre a anomalia, ele não foi mais avistado. Recentemente, um morador da região do Kalembe, em Nogueira, distrito de Petrópolis, filmou um felino branco caçando em uma pedreira local, levantando a suspeita de que se tratava novamente de uma onça-parda branca.

As autoridades realizaram buscas e voos de drone na área, mas ainda não conseguiram confirmar se o animal filmado é realmente uma onça branca. A pesquisadora do ICMBio, Cecilia Cronemberger, explicou que não se sabe se o leucismo na onça-parda é determinado por um ou mais genes. No entanto, a descoberta pode abrir caminho para estudos genéticos e evolutivos da coloração animal em populações naturais e aspectos de conservação.

Os pesquisadores não descartam a possibilidade de a onça filmada ser a mesma encontrada em 2013, já que esses animais costumam se deslocar por extensas áreas. O chefe do NGI ICMBio Serra Fluminense, Victor Valente, alertou os moradores de Nogueira que a onça-parda não oferece riscos aos seres humanos, desde que não sejam provocados ou acuados.

Valente também orientou os moradores a manterem seus animais domésticos protegidos em áreas com telas ou muros, para evitar atrair o felino. Ele afirmou que os voos de drone continuarão a ser realizados pela área e trilhas, e ressaltou a importância da colaboração da população para a proteção desse animal silvestre, que é protegido pela legislação.