Profissionais de saúde de Ipatinga são denunciadas por omissão de socorro em caso que resultou na morte de recém-nascido

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) apresentou, nesta semana, denúncia contra duas médicas e uma técnica de enfermagem, acusadas de omissão de socorro em 2019, na Unidade Básica de Saúde do bairro Limoeiro, em Ipatinga. O caso envolveu um recém-nascido de 16 dias que, segundo o MP, veio a óbito devido à falta de assistência médica adequada. As médicas também enfrentam acusações de falsidade de atestado médico.

De acordo com informações da 1ª Vara Criminal da Comarca de Ipatinga, as três profissionais de saúde teriam deixado de prestar auxílio ao bebê Ane Emanuelly Silva Souza Mariano, que se encontrava em grave e iminente perigo. Conforme apurado no inquérito policial, uma das médicas registrou seu ponto na unidade, mas já havia deixado o local quando a criança chegou. A outra médica, por sua vez, não compareceu ao trabalho e apresentou um atestado médico assinado pela colega, sem indicar o motivo da ausência.

O MP considera que o atestado médico foi utilizado para encobrir a conduta ilícita e abonar a ausência injustificada. O caso ocorreu em 26 de agosto de 2019, quando os pais da criança levaram a recém-nascida, com dificuldades respiratórias e lábios arroxeados, à Unidade Básica de Saúde do bairro Limoeiro. Lá, foram atendidos por uma técnica de enfermagem, que pediu ajuda a uma colega da mesma área.

Essa colega teria orientado os pais a levar a criança ao Hospital Márcio Cunha, apesar da gravidade do quadro. No trajeto de ônibus até o hospital, a recém-nascida sofreu uma parada respiratória e recebeu massagem cardíaca do pai. O motorista do ônibus seguiu direto para o hospital sem realizar paradas, mas a criança não resistiu e faleceu após ser atendida por médicos e enfermeiros.