Iniciada a dragagem das lagoas da Barra e Jacarepaguá
O volume de lodo a ser removido é suficiente para encher quase mil piscinas olímpicas
Por Plox
26/04/2024 16h23 - Atualizado há 8 meses
O projeto de despoluição das lagoas da Barra da Tijuca e de Jacarepaguá, localizadas na Zona Oeste do Rio de Janeiro, começou a ser executado nesta sexta-feira (26). Esse esforço marca uma tentativa de recuperar a qualidade da água dessas áreas, que já foram consideradas paraísos naturais, mas que sofreram com o crescimento desordenado da região.
Há décadas, essas lagoas possuíam águas claras e eram ricas em peixes, rodeadas por dunas de areia branca. No entanto, o desenvolvimento acelerado transformou-as em grandes depósitos de lixo e esgoto, uma promessa de limpeza que estava pendente desde os Jogos Olímpicos do Rio.
Segundo o gerente de contrato Guilherme Soares, nas primeiras duas horas e meia de trabalho, uma grande quantidade de resíduos já foi retirada, incluindo plásticos, madeiras e pneus. "A parte mais crítica ainda está por vir, onde esperamos encontrar itens grandes como geladeiras e sofás", afirma Soares.
A operação está utilizando uma máquina semelhante a uma retroescavadeira flutuante para remover o lodo acumulado, o qual tem impedido a livre navegação de equipamentos pesados no local. Atualmente, a profundidade do canal de acesso à lagoa do Camorim é de apenas 30 centímetros, mas o plano é aumentá-la para 2,5 metros.
Lucas Arrosti, diretor de operações da Iguá Rio, explica que a maior parte do lodo será depositada em cavas subaquáticas criadas anteriormente nas lagoas, as quais possuem até 13 metros de profundidade. "Utilizamos uma tecnologia de cortina de siltagem para garantir que o material depositado não se disperse", detalha Arrosti. Ele também menciona que os 5% mais contaminados do lodo serão destinados a aterros sanitários.
A expectativa é que, após três anos de trabalhos contínuos de dragagem e outras medidas, como o impedimento do lançamento de 47 milhões de litros de esgoto diários nas lagoas, haja uma melhoria significativa na qualidade da água. "Esperamos que elas atinjam a classe 1 da classificação Conama 357, tornando-se aptas para lazer e esportes aquáticos", projeta Arrosti.
Paralelamente, esforços para a revegetação dos manguezais estão em andamento, com a plantação de 165 mil mudas de espécies nativas. O biólogo Mário Moscatelli destaca o potencial ecoturístico e a melhoria na qualidade do ar, além do aumento da biodiversidade que proporciona habitat para a vida selvagem.