Polícia desarticula call center em BH que aplicava golpes vendendo falsos consórcios

Sete pessoas foram presas em flagrante; grupo alcançava mais de R$10 milhões por mês

Por Plox

26/05/2022 10h57 - Atualizado há quase 2 anos

Nessa quarta-feira (25), a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) deflagrou uma operação em Belo Horizonte com foco em um grupo investigado pela venda de consórcios falsos. Durante a ação, foram cumpridos três mandados de busca e apreensão, ocasião em que 30 pessoas foram conduzidas à delegacia, sendo sete presas em flagrante.

No curso dos trabalhos, os policiais localizaram um call center, mantido pelos suspeitos para contatar as vítimas. Os policiais ainda apreenderam quatro veículos, documentos diversos, celulares, computadores, e outros objetos de procedência duvidosa.

A ação foi coordenada pela 1ª Delegacia Especializada de Investigação de Fraudes, vinculada ao Departamento Estadual de Combate a Corrupção e a Fraudes.

Foto: Divulgação PCMG

 

Golpe

Conforme apurado, a associação contava com um setor denominado captação, que era responsável por criar anúncios de veículos com imagens aleatórias, disponíveis na internet, e divulgar prioritariamente em uma rede social e em uma plataforma online de compra e venda. Esses anúncios apresentam condições de compras facilitadas, como crédito para indivíduos negativados nos sistemas de proteção ao crédito, parcelas com juros abaixo do mercado e veículos com preços muito abaixo da tabela Fipe.

Foto: Divulgação PCMG

 

Assim, esse setor de captação coletava os dados dos interessados e os encaminhavam para um atendimento presencial em outras unidades do grupo, sendo uma imobiliária no bairro Santa Branca e uma empresa de financiamento no bairro Palmares. Nesses locais, as vítimas eram compelidas a pagar taxas referentes a aquisição de consórcios, entradas de financiamentos, taxas administrativas, entre outras, sempre sob a promessa de que, em um curto prazo, o bem oferecido nos falsos anúncios estaria disponível para entrega.

Levantamentos indicam que, na maioria dos casos, as vítimas eram pessoas com renda mais baixa, as quais adquiriam, sem consentimento, produtos financeiros diversos do anunciado.

A associação contava com cerca de 200 colaboradores, que atuavam em horário comercial realizando a suposta venda de produtos financeiros. Segundo alguns colaboradores, o grupo alcançava mais de R$10 milhões por mês, grande parte obtida por meio de fraude.
 

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