Avanços científicos abrem possibilidade para a criação de bebês em laboratório até 2028

Em entrevista ao jornal britânico Daily Mail, os pesquisadores informaram que, até 2028, a criação de bebês humanos em laboratório pode se tornar uma realidade.

Por Plox

26/05/2023 11h07 - Atualizado há cerca de 1 ano

Fukuoka, Japão - Um grupo de cientistas da Universidade de Kyushu, liderado pelo professor Katsuhiko Hayashi, revelou que pode estar se aproximando de um marco sem precedentes na ciência reprodutiva. Em entrevista ao jornal britânico Daily Mail, os pesquisadores informaram que, até 2028, a criação de bebês humanos em laboratório pode se tornar uma realidade.

 

 Foto: Pixabay/Reprodução

O Processo de Gametogênese In Vitro (IVG)

A técnica subjacente a essa previsão ousada é conhecida como gametogênese in vitro (IVG). Em termos simples, este processo envolve a coleta de células da pele ou do sangue, que são então convertidas em células-tronco pluripotentes induzidas. Posteriormente, essas células pluripotentes podem ser usadas para formar óvulos e espermatozoides. Em teoria, esses gametas sintéticos podem então ser usados para criar um embrião, que seria implantado em um útero artificial para o desenvolvimento do feto.

Porém, ainda há um longo caminho a percorrer. Os cientistas até agora conseguiram apenas gerar óvulos e espermatozoides humanos em um estágio muito inicial de desenvolvimento, sem criar embriões.

Potenciais Implicações e Desafios Éticos

Um avanço desse tipo poderia transformar completamente a forma como entendemos a reprodução humana. A IVG poderia permitir a mulheres de todas as idades ter filhos e até mesmo abrir caminho para a criação de bebês com características geneticamente definidas pelos pais, o que suscita questões éticas complexas.

Em relação ao prazo de 2028, o professor Katsuhiko Hayashi, que já conduziu com sucesso experimentos de IVG em camundongos, acredita que em cinco anos seria possível produzir células humanas semelhantes a óvulos.

Perspectivas Futuras e Preocupações

No entanto, mesmo que tal avanço seja alcançado, ainda levaria de 10 a 20 anos de testes adicionais para garantir que o processo é seguro o suficiente para ser usado em clínicas humanas, de acordo com o professor Hayashi. Henry Greely, professor da Universidade de Stanford, concorda com essa avaliação, citando a necessidade de mais 5 a 10 anos para confirmar a confiabilidade do conceito, além de mais 1 a 2 décadas para testes de segurança.

Outros especialistas na área têm suas próprias preocupações sobre os possíveis riscos desta nova tecnologia. Eles alertam que a possibilidade de eliminar a infertilidade pode abrir caminho para práticas de eugenia e levar a desafios legais complexos, para os quais nossa sociedade pode não estar preparada.

Este avanço pode representar uma revolução na ciência reprodutiva. No entanto, as implicações éticas e práticas deste desenvolvimento exigirão uma reflexão cuidadosa da comunidade científica e da sociedade como um todo.

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