Dólar sobe a R$ 5,67 com tensão fiscal e trégua tarifária entre EUA e Europa

Alta da moeda norte-americana reflete cenário interno conturbado e alívio no comércio internacional após aceno de Trump à União Europeia

Por Plox

26/05/2025 17h41 - Atualizado há 20 dias

O dólar iniciou a última semana de maio em alta, fechando esta segunda-feira (26/5) com valorização de 0,52%, cotado a R$ 5,675. A moeda norte-americana chegou a atingir R$ 5,678 na máxima do dia, enquanto a mínima foi registrada em R$ 5,636. Apesar do avanço, no acumulado do mês, o dólar ainda apresenta leve recuo de 0,03%, e no ano, acumula queda de 8,17%.


Imagem Foto: Pixabay


Enquanto isso, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, fechou com ganhos de 0,23%, alcançando 138,1 mil pontos. Na sexta-feira anterior, o índice já havia subido 0,4%, encerrando aos 137,8 mil pontos. Com isso, a Bolsa acumula valorização de 2,04% em maio e 14,58% no acumulado de 2025.


No cenário internacional, o anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de adiar para 9 de julho a imposição de tarifas de 50% sobre produtos da União Europeia, foi bem recebido pelo mercado. A decisão veio após conversa entre Trump e Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, que solicitou mais tempo para alcançar um acordo comercial.



Pelo Truth Social, Trump afirmou que “foi um privilégio” conceder a extensão do prazo. Von der Leyen, por sua vez, publicou na rede X que teve uma “boa conversa” com o presidente americano, destacando que era necessário mais tempo para “chegar a um bom acordo”. A porta-voz da Comissão Europeia, Paula Pinho, disse que a conversa “destravou as negociações” e criou um novo impulso para as tratativas comerciais.


Já no Brasil, os olhos do mercado se voltaram para Brasília, onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reuniram após desentendimentos na comunicação de medidas fiscais. Na quinta-feira anterior (22/5), o governo anunciou o bloqueio e contingenciamento de R$ 31,3 bilhões no Orçamento, como parte do cumprimento da meta de déficit primário zero para 2025.



Entretanto, a medida que mais repercutiu entre os investidores foi a tentativa de elevar o IOF para investimentos de fundos nacionais no exterior, com uma alíquota de 3,5%. Diante da reação negativa do mercado, a Fazenda recuou e restabeleceu a alíquota zero. O IOF para remessas ao exterior, no entanto, permanece em 1,1%, sem alteração.


Segundo o presidente do Bradesco, Marcelo Noronha, a taxação adicional equivaleria a um aumento de até 0,5 ponto percentual na Selic. Atualmente, a taxa básica de juros está em 14,75% ao ano. Noronha relatou ter alertado Haddad sobre os impactos da medida.


Apesar do recuo na taxação, Haddad declarou que o governo ainda deverá decidir como compensar essa mudança até o fim da semana, podendo optar por novos contingenciamentos ou substituições de receita. A fala foi feita durante a abertura do Fórum Nova Indústria Brasil, promovido pelo BNDES, no Rio de Janeiro.



Nos próximos dias, o mercado aguarda a divulgação de importantes indicadores econômicos. Na terça-feira (27/5), será divulgado o IPCA-15 de maio, com expectativa de 0,44% no mês e 5,5% em 12 meses. Na quarta-feira (28/5), saem os dados do Caged, seguidos, na quinta-feira (29/5), pelo índice de desemprego do IBGE e o PIB dos EUA do primeiro trimestre. Encerrando a semana, na sexta-feira (30/5), será divulgado o resultado do PIB do Brasil.


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