Investigação contra Eduardo Bolsonaro é aberta após denúncia de líder do PT
Lindbergh Farias celebrou decisão do STF que apura coação e articulações do deputado licenciado nos Estados Unidos
Por Plox
26/05/2025 18h08 - Atualizado há 1 dia
O Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a abertura de um inquérito contra o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), por conta de declarações e articulações feitas nos Estados Unidos. A investigação, que atende a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), foi comemorada pelo líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (PT-RJ), autor da queixa-crime que motivou a medida.

Lindbergh acusa Eduardo de coação no curso de processos envolvendo integrantes do Supremo, além de defender sua prisão pelos crimes de traição à pátria e obstrução da Justiça. Para o parlamentar petista, as atitudes do deputado licenciado representam um ataque ao sistema de Justiça do Brasil.
“Mesmo fora do país, Eduardo Bolsonaro tenta sabotar as investigações contra os golpistas e age contra a própria pátria ao buscar sanções externas contra autoridades brasileiras”, disse Lindbergh.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirmou em seu pedido que Eduardo teria feito declarações públicas com caráter intimidador, sugerindo sanções contra membros do STF, da PGR e da Polícia Federal. Ele destacou que essas manifestações têm como objetivo influenciar julgamentos e ações em curso na Justiça brasileira.
A relatoria do caso ficou com o ministro Alexandre de Moraes, indicado pelo presidente do STF, Luís Roberto Barroso. A escolha se baseia na conexão da denúncia com o inquérito das fake news e com a ação penal sobre a tentativa de golpe de Estado, ambos sob responsabilidade de Moraes.
Em março deste ano, Eduardo Bolsonaro anunciou seu afastamento do mandato e sua permanência nos Estados Unidos. Ele afirmou que buscaria “justas punições” contra o ministro Alexandre de Moraes, alegando perseguição política e decisões judiciais que, segundo ele, afetariam até a liberdade de cidadãos e empresas norte-americanas.
Com o avanço da investigação, o STF passa a apurar se as ações do deputado licenciado no exterior configuram tentativa de obstrução da Justiça e atentado contra instituições brasileiras.