Presidente da Câmara critica aumento de imposto e envia recado ao governo Lula
Hugo Motta usou as redes sociais para reprovar elevação da alíquota do IOF, medida anunciada por Fernando Haddad
Por Plox
26/05/2025 10h57 - Atualizado há 1 dia
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), se manifestou nesta segunda-feira (26) por meio das redes sociais para criticar uma recente decisão do governo federal que elevou a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

Em sua publicação, Motta destacou que, conforme já havia afirmado ao assumir o cargo, \"o Estado não gera riqueza – consome\". Segundo ele, a sociedade é quem arca com as despesas provocadas pelos gastos públicos. O deputado reforçou que a Câmara continuará apoiando projetos positivos do Executivo, mas deixou claro que \"quem gasta mais do que arrecada não é vítima, é autor\".
Ele também ressaltou que o governo não pode extrapolar os gastos e depois transferir ao Congresso a responsabilidade de contê-los. \"O Brasil não precisa de mais imposto. Precisa de menos desperdício. Vamos trabalhar sempre em harmonia e em defesa dos interesses do país\", afirmou.
A crítica de Hugo Motta foi uma reação direta à elevação da alíquota do IOF anunciada recentemente pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), e sua equipe. A taxa aplicada sobre compras feitas com moeda estrangeira subiu de 3,38% para 3,5%, impactando diretamente operações realizadas com cartões internacionais e cheques de viagem.
A medida havia revertido uma decisão tomada durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), que estabelecia a redução gradual da alíquota até sua extinção em 2029. Em 2022, o IOF chegava a 6,38%.
No entanto, após a repercussão negativa, o Palácio do Planalto anunciou um recuo parcial. A elevação para 3,5% que seria aplicada em transferências para aplicações em fundos no exterior foi cancelada, mantendo-se zerada. Já no caso de remessas para contas de brasileiros no exterior com finalidade de investimento, a alíquota foi ajustada para 1,1%, em vez dos 3,5% anteriormente previstos.
As falas de Motta e o recuo do governo evidenciam a tensão entre o Legislativo e o Executivo diante de medidas que impactam diretamente o bolso da população e o cenário econômico do país.