Roda tradicional no Rio celebra 20 anos de história com reforma no Clube Renascença

Samba do Trabalhador completa duas décadas como símbolo da cultura carioca e impulsiona revitalização do espaço onde nasceu

Por Plox

26/05/2025 21h06 - Atualizado há cerca de 23 horas

Um dos principais redutos culturais do samba no Rio de Janeiro está em festa. O Samba do Trabalhador, roda que acontece todas as segundas-feiras no Clube Renascença, no bairro do Andaraí, chega aos 20 anos de existência celebrando conquistas e revitalizações.


Imagem Foto: Reprodução de vídeo

A trajetória começou em 30 de maio de 2005, durante o período de racionamento de energia elétrica no Brasil. Naquela segunda-feira à tarde, enquanto o Fluminense comemorava o título do Campeonato Carioca, o cantor e compositor Moacyr Luz propôs ao então presidente do clube, Jorge Ferraz, um encontro musical informal no local. “Já tá todo mundo quebrado mesmo, faz de tarde que não tem problema de luz, não tem som, não tem nada”, recorda Moacyr.

Imagem Foto: Reprodução de vídeo


Na época, o Renascença, conhecido por sua relevância na cultura afro-brasileira, enfrentava uma grave crise financeira e ameaçava fechar as portas. Duas décadas depois, o cenário é outro: com um investimento de R$ 3 milhões da Prefeitura do Rio, o espaço passa por uma reforma estrutural. Jaqueline Martins, produtora do evento, afirma que a roda de samba transformou o clube e a vida de muitas pessoas. “Virou um polo de geração de emprego”, destaca.



A roda, que começou com apenas duas cadeiras desconectadas, se tornou ponto de encontro de grandes nomes da música brasileira. Jorge Aragão, Mauro Diniz, Toninho Geraes, Dudu Nobre, Xande de Pilares, Diogo Nogueira e até Agnaldo Timóteo já passaram por lá. Daniel Neves, responsável pelo violão de sete cordas, diz que cada edição é única: “Teve um dia que me emocionei com a presença do Agnaldo Timóteo”.


Hoje, o Samba do Trabalhador é também um grupo premiado, com discos gravados e reconhecimento nacional. Segundo o cantor Gabriel Cavalcante, a roda registra para a eternidade um trabalho fonográfico valioso, com músicas autorais de novos compositores e intérpretes.



Moacyr Luz se emociona ao lembrar a caminhada do grupo: “Chegamos até aqui como grupo, com convívio, relacionamento, superando diferenças, apostando nos novos valores… uma geração de músicos se formou aqui no Samba do Trabalhador.”



Duas décadas depois de seu nascimento, o Samba do Trabalhador mostra que a força da tradição, aliada à valorização da cultura popular, é capaz de transformar realidades e preservar o samba como patrimônio vivo do Rio de Janeiro.


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