Adolescente de 14 anos é apreendido por matar a própria família e ocultar corpos em cisterna
Crime brutal em Itaperuna teria sido motivado por proibição dos pais sobre viagem e pode ter ligação com tentativa de saque de FGTS
Por Plox
26/06/2025 13h55 - Atualizado há cerca de 16 horas
Um adolescente de 14 anos foi apreendido pela Polícia Civil da 143ª DP (Itaperuna), no interior do Rio de Janeiro, suspeito de matar brutalmente os próprios pais e o irmão de apenas 3 anos. Os corpos foram encontrados nesta quarta-feira (26) dentro da cisterna da casa da família, localizada na rua Joaquim Muniz, no bairro Comendador Venâncio.
As vítimas foram identificadas como Inaila Teixeira, de 37 anos, e Antônio Carlos Teixeira, de 45 anos. O nome da criança não foi divulgado. Segundo o delegado responsável pelo caso, Carlos Augusto Guimarães, o crime teria sido motivado pela proibição dos pais quanto a uma viagem que o adolescente queria fazer até o Mato Grosso para conhecer uma suposta namorada de 15 anos, com quem mantinha relacionamento virtual.
O caso chegou à delegacia na terça-feira (25), quando a avó paterna do jovem foi com ele até a unidade para registrar o desaparecimento da família. Ela relatou que não conseguia contato com os parentes desde o sábado anterior. O garoto, na ocasião, afirmou que o irmão havia se ferido com um caco de vidro e que os pais teriam saído às pressas para o hospital, sem retornarem. Os policiais verificaram os hospitais da cidade e não encontraram nenhum registro relacionado à família.
Diante das inconsistências, uma perícia foi solicitada e realizada na manhã desta quarta-feira. No imóvel, foram localizados vestígios de sangue no colchão do casal, roupas manchadas e queimadas, além de um forte odor de decomposição. O cheiro levou os agentes até a cisterna da casa, onde os corpos estavam escondidos. O adolescente acabou confessando os crimes no momento em que os corpos foram localizados.
Em depoimento, ele afirmou ter matado o pai e a mãe com tiros na cabeça e o irmão com um disparo no pescoço, dizendo que queria poupá-lo da dor de perder os pais. A arma do crime, pertencente ao pai, estava guardada sob o colchão do casal. O adolescente contou ainda que tomou um suplemento pré-treino para se manter acordado e aguardou todos dormirem para agir. Depois, limpou o chão com produtos de limpeza e arrastou os corpos até a cisterna.

A investigação agora apura se o crime também teve como motivação o interesse do jovem em receber R$ 33 mil do fundo de garantia do pai. Policiais encontraram em seu celular uma pesquisa sobre “como receber FGTS de falecido”. No entanto, ele afirmou que realizou a busca após os assassinatos, o que pode descartar a premeditação.
A arma foi posteriormente encontrada na casa da avó, que teria recolhido o objeto com medo de que o neto se machucasse. A polícia acredita que ela não sabia dos crimes. Segundo o delegado, o adolescente demonstrou frieza e ausência de arrependimento ao descrever os assassinatos. Ele responderá por ato infracional análogo a triplo homicídio e ocultação de cadáver.