Após revés no Congresso, Haddad cogita taxar dividendos e judicializar caso do IOF
Ministro da Fazenda avalia alternativas para compensar derrota sobre aumento do imposto e prevê corte de isenções só em agosto
Por Plox
26/06/2025 11h23 - Atualizado há 4 dias
Após o Congresso derrubar o decreto presidencial que aumentava as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou que o governo avalia três caminhos possíveis para reagir à decisão. As declarações foram dadas em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, publicada nesta quinta-feira (26).

A primeira alternativa, segundo o ministro, seria encontrar novas fontes de arrecadação. Entre as opções em análise está a taxação de dividendos, ou seja, a parte do lucro distribuída pelas empresas aos seus acionistas. No entanto, Haddad reconheceu que essa proposta poderá enfrentar resistência no Congresso, que reluta em aumentar a carga tributária como forma de ajuste fiscal.
Outra possibilidade seria realizar cortes adicionais no orçamento. Haddad mencionou um potencial bloqueio de mais R$ 12 bilhões, além dos R$ 30 bilhões já contingenciados.
“Vai pesar para todo mundo. Vai faltar recurso para a saúde, para a educação, para o Minha Casa, Minha Vida. Não sei se o Congresso quer isso”, ponderou o ministro
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A terceira via cogitada pelo governo é recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para questionar a legalidade da decisão do Congresso. O ministro afirmou que a equipe jurídica da Fazenda considera a derrubada do decreto como “flagrantemente inconstitucional”.
“Nem nós devemos nos ofender quando um veto é derrubado e nem o Congresso pode se ofender quando uma medida é considerada pelo Executivo incoerente com o texto constitucional”, afirmou Haddad.
O ministro ainda comentou que a proposta de cortar 10% das isenções fiscais – medida que foi acordada previamente com o Congresso – só deve ser enviada pelo governo em agosto, contradizendo a previsão anterior de que o projeto seria apresentado nesta semana.
O embate entre Executivo e Legislativo sobre a política fiscal reacende tensões em torno da sustentabilidade do ajuste fiscal e da responsabilidade na condução econômica do país. O governo tenta manter o equilíbrio entre arrecadação e gastos diante das restrições impostas pelas regras fiscais vigentes.