Campanha de coleta de DNA identifica primeiro desaparecido em Minas
Amostras biológicas do filho ajudaram identificar o homem que morreu há mais de 4 anos
Por Plox
26/07/2021 17h28 - Atualizado há quase 4 anos
Um homem de 47 anos foi o primeiro desaparecido identificado pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), por meio da recente campanha nacional articulada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública entre os dias 14 e 18 de junho deste ano. Foram coletadas mais de 145 amostras biológicas de familiares de desaparecidos.
Essa campanha foi anunciada no Dia Internacional da Criança Desaparecida.
O homem identificado teve restos mortais localizados no dia 27 de agosto de 2017, na região de Santa Bárbara. O reconhecimento do desaparecido foi possível após o chamado ‘match (coincidência genética) com o DNA do filho, que foi inserido no banco de perfis genéticos nacional, onde houve confronto com os dados cadastrados do pai, que estava desaparecido.

Familiares de desaparecidos ainda podem fazer a doação do material genético nos pontos de coleta. O superintendente de Polícia Técnico-Científica (SPTC), médico-legista Thales Bittencourt de Barcelos, explica que a coleta de material genético de familiares de desconhecidos já é feita pela PCMG há alguns anos. “Após a coleta, o material genético de familiares é inserido em um banco de dados nacional. No mesmo banco, é inserido material genético de corpos e ossadas de desconhecidos. O objetivo é, então, identificar esses corpos e ossadas, dando respostas aos familiares”, informa.
Política Nacional de Busca de Pessoas Desaparecidas
A Lei nº 13.812/2018 instituiu a Política Nacional de Busca de Pessoas Desaparecidas atribuindo ao Ministério da Justiça e Segurança Pública a iniciativa de fomentar políticas de identificação de restos mortais por meio da análise de DNA. Para tal, o Comitê Gestor da Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos foi instado a criar um Grupo de Trabalho (GT) para mapear as demandas relacionadas à identificação de pessoas desaparecidas no âmbito nacional.
O referido GT lançou uma campanha nacional com o objetivo de coletar amostras de familiares de pessoas desaparecidas para que seus respectivos materiais biológicos fossem inseridos no Codis (banco de perfis genéticos) para confronto com restos mortais já cadastrados no referido banco. Em Minas Gerais, atualmente, o Banco de Perfis Genéticos possui 300 restos mortais não identificados.