Desvio de R$ 630 mil da saúde de Betim: polícia e ministério público em ação conjunta
A forma como os crimes foram supostamente cometidos chama atenção: o uso de contas bancárias pertencentes a usuários da saúde mental do SUS de Betim foi identificado.
Por Plox
26/07/2023 07h23 - Atualizado há quase 2 anos
Em uma atuação colaborativa, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e a Polícia Civil (PCMG) lançaram, na última segunda-feira (24/7), a operação intitulada “I Care a Lot”. O foco da operação é investigar supostas irregularidades associadas ao desvio e apropriação indevida de verbas do Fundo Municipal de Saúde de Betim, situado na região metropolitana de Belo Horizonte.
O saldo da operação até agora resultou no cumprimento de três mandados de busca e apreensão. Em uma etapa mais abrangente, as autoridades também acionaram medidas cautelares. Dentre elas, destaca-se o bloqueio de bens e a solicitação de quebra dos sigilos bancário e fiscal dos sujeitos sob investigação.

A forma como os crimes foram supostamente cometidos chama atenção: o uso de contas bancárias pertencentes a usuários da saúde mental do SUS de Betim foi identificado. Estes usuários, alheios às transações, acabaram por ter suas contas utilizadas para um desvio que totaliza mais de R$ 630 mil. Este valor faz parte dos recursos municipais que seriam, originalmente, destinados à saúde da população.
Os delitos sob análise vão além da mera apropriação de verbas. Estão sendo investigadas ações de apropriação indébita, associação para fins criminosos e tentativas de ocultar ou "lavar" o dinheiro desviado.
A inspiração cinematográfica da investigação
A nomenclatura dada à operação, “I Care a Lot”, não foi aleatória. Ela remete diretamente a um filme homônimo. Na trama cinematográfica, a protagonista atua como uma tutora designada judicialmente, cujo modus operandi é confiscar os bens de idosos sob sua tutela para benefício próprio.
A iniciativa investigativa é resultado da parceria entre a 4ª Promotoria de Justiça de Betim e a Polícia Civil. Esta última atua por intermédio do Grupo de Operações Policiais do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Defesa do Patrimônio Público do MPMG, em conjunto com a Delegacia Regional de Polícia Civil de Betim.
Por fim, é importante destacar que, por determinação legal, detalhes mais profundos sobre a investigação estão resguardados sob segredo de Justiça. O MPMG salienta que novas informações e especificidades sobre o caso serão disponibilizadas ao público assim que houver a quebra dos sigilos processuais correspondentes.