MG registra 17 casos de febre maculosa em 2023; morador de Ipatinga é investigado
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Por Plox
26/07/2023 18h37 - Atualizado há quase 2 anos
Um morador de Ipatinga, de 55 anos, pode ter sido infectado com a doença do carrapato-estrela: a febre maculosa. A informação é da Secretaria de Saúde de Minas Gerais, repassada ao Plox, e que aponta que até o dia 21 deste mês três casos de febre maculosa estavam em investigação no estado. Além de Ipatinga, dois em Divinópolis. Em 2023, foram confirmados 17 casos da doença, dos quais quatro evoluíram a óbito. Os óbitos confirmados são de duas pessoas do sexo masculino, de 28 e 54 anos, respectivamente, ambos residentes de Manhuaçu, e de duas pessoas do município de Conselheiro Lafaiete, uma do sexo feminino e uma do sexo masculino, de 25 e 23 anos, respectivamente. Para esclarecer sobre a doença, o PodPlox recebe nesta quarta-feira (26) o biólogo especialista em fauna silvestre, professor e coordenador de pesquisa do Centro Universitário Católica do Leste de Minas Gerais (Unileste), Marcos Vinícius Rodrigues. Acompanhe!
A doença do Carrapato-estrela, também conhecida como Febre Maculosa Brasileira (FMB), tem se tornado uma preocupação crescente em várias regiões de Minas Gerias. Embora casos da infecção possam ocorrer durante todo o ano, a doença tem uma tendência maior de aparecer em períodos mais secos, especialmente entre os meses de abril e outubro.
Segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), o parasita está presente em todas as regiões do estado, com destaque para as Macrorregiões de Saúde Centro, Vale do Aço, Leste e Leste do Sul. Só durante o primeiro semestre de 2023, já foram confirmados 17 casos de Febre Maculosa, dos quais, quatro evoluíram a óbito.

O carrapato-estrela (Amblyomma sculptum) é um vetor da bactéria Rickettsia rickettsii, responsável pela febre maculosa. Tendo em vista diversas especulações sobre a doença, o biólogo especialista em fauna silvestre e professor e coordenador de pesquisa do Centro Universitário Católica do Leste de Minas Gerais (Unileste), Dr. Marcos Vinícius Rodrigues, enfatiza a importância de entender o ciclo de vida desses carrapatos. “Os carrapatos infectados pela Rickettsia rickettsii alimentam-se de hospedeiros, como bois, cavalos, gambás, rato, capivaras e até mesmo os cães. Ao picar humanos, eles transferem a bactéria, que se instala no organismo e provoca uma série de reações patológicas. Para que a doença seja transmitida, o carrapato precisa permanecer fixado na pele da pessoa por um período mínimo de quatro horas.”, explica.
Conheça os sintomas
Diferentemente de algumas doenças infecciosas, a Febre Maculosa não é transmitida diretamente de uma pessoa para outra. A transmissão ocorre exclusivamente por meio da interação com carrapatos infectados. O especialista ressalta que é fundamental estar atento aos sintomas e buscar atendimento médico imediato, caso haja suspeita de infecção. “Com sintomas muito parecidos com sinais gripais, que aparecem dentro de 2 a 14 dias após a picada do carrapato, a infecção pode incluir febre, calafrios, dor de cabeça intensa, dores musculares e fadiga. Se o paciente foi picado por carrapato ou esteve em algum local propício a esses parasitas, é extremamente necessário a procura pelo diagnóstico”, ressalta.
De acordo com o professor, se o carrapato for encontrado ainda no corpo, o parasita deve ser removido corretamente para reduzir o risco de infeção. “É crucial remover corretamente o carrapato, para reduzir o risco de infecção. Com uma pinça em mãos, posicione-a o mais próximo possível da pele, agarrando firmemente a cabeça do carrapato. É importante evitar puxar apenas o corpo do animal, pois a cabeça pode permanecer presa na pele, o que pode levar a complicações. Não utilize substâncias irritantes, como álcool, vaselina, óleo ou fogo no carrapato. Após remover completamente o parasita, limpe cuidadosamente a área e coloque o carrapato em um recipiente fechado ou em um saco plástico selado para descartá-lo.”, salienta.
O biólogo também pontua que não há motivos para entrar em pânico. É essencial que a população se previna contra o parasita, mas sem deixar de visitar e apreciar o ecoturismo na região. “Quando estiver em áreas que possam ter a presença de carrapatos, use roupas de proteção, como calças compridas e camisas de manga longa. Além disso, aplique repelentes de insetos na pele exposta e nas roupas, seguindo as instruções do produto. A população não deve perder o contato com as áreas preservadas, mas entender sobre a importância do equilíbrio do ambiente. ", completa.
Nota oficial da Prefeitura de Ipatinga enviada nessa quinta-feira (25), às 16h46
Até a presente data, não foram confirmados casos de febre maculosa em nosso município. A Secretaria Municipal de Saúde está atuando de forma diligente, monitorando ativamente todos os casos notificados, em estreita colaboração com os órgãos de saúde estaduais, com o objetivo de garantir a identificação precisa e o correto manejo dessas ocorrências. Ressaltamos que todos os protocolos estabelecidos pelas autoridades de saúde estão sendo devidamente seguidos, o que inclui a coleta de amostras, análises laboratoriais e notificação adequada aos órgãos competentes.
Reforçamos a importância de se obter informações por fontes oficiais e recomendamos à população que permaneça tranquila, mas atenta à prevenção e cuidados necessários para evitar a transmissão de doenças transmitidas por hospedeiros.
Para mais informações e esclarecimentos adicionais, o departamento de epidemiologia está à disposição da população pelos seguintes telefones: 3829-8780 ou 3829-8781.