Brasil colocou taxação de super-ricos na agenda global, diz Haddad

mbora o texto final só será divulgado na sexta-feira (26), Haddad adiantou que o documento reconhecerá a necessidade de aprofundar as discussõe

Por Plox

26/07/2024 14h46 - Atualizado há cerca de 1 mês

Ao fim do primeiro dia da 3ª reunião de Ministros de Finanças e Presidentes de Bancos Centrais do G20, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou um importante avanço na declaração aprovada sobre tributação global. Embora o texto final só será divulgado na sexta-feira (26), Haddad adiantou que o documento reconhecerá a necessidade de aprofundar as discussões sobre a taxação dos super-ricos. "Ficamos extremamente satisfeitos com o apoio que foi recebido pelo Brasil", afirmou o ministro, destacando o respaldo quase unânime dos participantes do G20 à liderança brasileira.

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Pauta prioritária e resistências

A taxação dos super-ricos é uma prioridade para a presidência brasileira do G20. O Brasil propõe a adoção de um imposto mínimo de 2%, buscando coordenar esforços entre os países membros. No entanto, há resistências significativas, como a da secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, que defende que cada governo deve tratar da questão internamente, embora apoie um sistema tributário mais progressivo. Segundo Haddad, sem uma coordenação global, os países acabam se envolvendo em uma guerra fiscal, tornando crucial a inclusão da proposta brasileira na declaração final.

Vitória ética e política

Haddad enfatizou a importância ética dessa conquista: "É uma conquista do ponto de vista ético. A ética é muito importante na política. Buscar justiça é muito importante na política". O ministro destacou que a aceitação do tema pelos 20 países mais ricos do mundo é um avanço significativo, mesmo reconhecendo que será necessário um esforço contínuo para transformar essa proposta em realidade.

Desafios globais e soluções inovadoras

A discussão sobre questões tributárias, segundo Haddad, deve considerar os desafios globais como desigualdade, fome e mudanças climáticas, exigindo soluções inovadoras. "Nós estamos procurando nos antecipar já começando a elaborar instrumentos de financiamento que possam servir no momento em que a necessidade se fizer notar", afirmou o ministro.

Declaração histórica

Em pronunciamento aos participantes do evento, Haddad havia afirmado que a declaração em elaboração seria histórica, marcando um novo diálogo global sobre justiça tributária. "Graças à nossa vontade política coletiva, esse G20 será lembrado como ponto de partida de um novo diálogo global sobre justiça tributária", disse ele.

G20: um foro de diálogo e cooperação

O G20, composto pelas 19 maiores economias do mundo e pela União Europeia, recentemente incluiu a União Africana, consolidando-se como um foro global de diálogo e coordenação sobre temas econômicos, sociais, de desenvolvimento e de cooperação internacional. Em dezembro do ano passado, o Brasil assumiu a presidência do grupo, sucedendo a Índia, e se prepara para sediar a Cúpula do G20 no Rio de Janeiro no final do ano, antes de passar a presidência para a África do Sul.

Conclusão

O avanço na discussão sobre a taxação dos super-ricos no G20 representa um passo significativo para a presidência brasileira, destacando a importância de uma coordenação global para enfrentar desafios econômicos e sociais contemporâneos.

 

 

 

 

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