Exportações brasileiras à Venezuela enfrentam crise com tarifas elevadas
Empresários relatam tributos de até 77% sobre produtos brasileiros e governo busca diálogo diplomático
Por Plox
26/07/2025 09h20 - Atualizado há 7 dias
Nos últimos dias, produtores e exportadores brasileiros têm enfrentado dificuldades significativas para manter o comércio com a Venezuela. A situação, segundo o Ministério das Relações Exteriores, está sendo acompanhada de perto por autoridades brasileiras, que buscam meios de restabelecer a fluidez nas exportações.

Embora nenhuma declaração oficial do governo venezuelano tenha sido divulgada até agora, relatos apontam que produtos brasileiros estariam sendo taxados em até 77% ao chegarem ao território vizinho. A informação foi revelada por reportagem do jornal O Globo, mesmo sem confirmação do Palácio do Planalto ou comentário da gestão de Nicolás Maduro.
Os principais produtos brasileiros afetados incluem milho, alimentos processados, melaços e açúcares. Em 2024, as trocas comerciais entre os dois países totalizaram US$ 1,6 bilhão, com as exportações brasileiras representando US$ 1,2 bilhão — cerca de 0,4% das vendas totais do Brasil naquele ano.
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) também participa das tratativas, atuando em conjunto com o Itamaraty. Uma das principais preocupações das autoridades brasileiras é garantir o cumprimento do Acordo de Complementação Econômica nº 69 (ACE 69), que proíbe a aplicação de tarifas de importação entre os países signatários.
A Embaixada do Brasil em Caracas já foi acionada para levantar mais informações e entender os obstáculos enfrentados. Entre os pontos levantados, está a suposta rejeição dos Certificados de Origem por parte da Venezuela. Esses documentos, que seguem os padrões da Associação Latino-Americana de Integração (ALADI), são essenciais para a comprovação do cumprimento do acordo comercial.
A Federação das Indústrias do Estado de Roraima (FIER) também se posicionou sobre o tema. Por meio de nota, a entidade informou que seu Centro Internacional de Negócios já iniciou uma investigação interna para apurar os motivos das dificuldades enfrentadas.
\"Os certificados seguem rigorosamente os termos do ACE 69 e os padrões estabelecidos pela ALADI\", destacou a federação.
A FIER reforçou ainda que mantém diálogo com representantes dos governos brasileiro e venezuelano, com o objetivo de manter a transparência e encontrar uma solução diplomática para preservar o fluxo bilateral de mercadorias.
Enquanto o impasse persiste, empresas brasileiras afetadas seguem em estado de atenção, aguardando definições que possam assegurar o cumprimento dos acordos firmados e a retomada segura das exportações.