Maranguape, no Ceará, lidera ranking de mortes violentas entre grandes cidades do Brasil

Maranguape, município localizado na Região Metropolitana de Fortaleza e terra natal do humorista Chico Anysio, ganhou destaque nacional ao surgir como a cidade com mais de 100 mil habitantes mais violenta do Brasil, de acordo com dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública divulgados na quinta-feira (24).

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A cidade registrou uma média alarmante de 79,9 mortes por 100 mil habitantes em 2024, um aumento de 11,5% em comparação ao ano anterior. O relatório associa esse crescimento ao confronto entre as facções criminosas Comando Vermelho (CV) e Guardiões do Estado (GDE), responsáveis por agravar a situação de insegurança no Ceará.

Além de Maranguape, outras três cidades cearenses figuram entre as dez com maiores taxas de mortes violentas intencionais no país, evidenciando o impacto da disputa entre os grupos criminosos na região.

Em nota enviada à Itatiaia, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) do Ceará declarou que continua investindo em tecnologia, inteligência e inovação para apoiar o trabalho das forças de segurança. A pasta ressaltou que os dados apresentados no relatório referem-se ao ano passado e que, desde o segundo semestre de 2024, o estado passou a adotar novas estratégias de policiamento nas ruas.

O governo estadual informou também que conseguiu reduzir em 9,10% o número de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs) no segundo semestre de 2024, em comparação com os seis primeiros meses daquele ano — os casos passaram de 1.714 para 1.558.

Ainda segundo o governo, a combinação entre ações ostensivas e investigativas, com apoio da inteligência policial e reestruturação das forças de segurança, foi essencial para essa redução. Em março deste ano, o governador Elmano de Freitas (PT) sancionou decretos que reorganizaram a estrutura das forças de segurança no estado.

O prefeito de Maranguape, Átila Câmara (PSB), comentou o cenário em suas redes sociais e reconheceu a gravidade da situação. Segundo ele, o município enfrenta uma guerra entre facções que tem impulsionado os altos índices de violência. Apesar disso, afirmou que houve uma redução de cerca de 30% nos números de violência no primeiro semestre deste ano e que o trabalho de enfrentamento continuará.