ONG denuncia furto de mantas e roupinhas usadas para proteger cães em noites frias
Cobertores, roupas e até coleiras estão sendo furtados em série, agravando sofrimento de cães de rua atendidos por ONG em Ouro Preto
Por Plox
26/07/2025 10h18 - Atualizado há 7 dias
Os dias mais frios do ano têm sido especialmente difíceis para os cães em situação de rua no Centro Histórico de Ouro Preto (MG), e não apenas por causa das baixas temperaturas. A ONG Instituto de Defesa dos Direitos dos Animais (IDDA) denunciou uma sequência de furtos de cobertores, roupinhas e até coleiras deixados para proteger os animais da região.

De acordo com Daisy Lima, voluntária e uma das responsáveis pelo acompanhamento dos cães, os itens são levados logo após serem posicionados junto às casinhas de madeira instaladas com apoio da prefeitura. “Colocamos cobertores, edredons, roupinhas... mas quando voltamos, já não tem mais nada. Até as coleiras coladas com Super Bonder foram arrancadas”, relatou.
Esses materiais, frequentemente lavados e reaproveitados pela ONG devido à dificuldade em conseguir novas doações, são essenciais para amenizar o sofrimento dos animais. Daisy conta que chegou a ganhar um edredom, que foi usado para forrar uma das casinhas, mas o item desapareceu rapidamente. “Os cachorros amaram. Mas foi só a gente se afastar e já tinham levado tudo de novo.”
Os furtos se intensificam no inverno, quando os cães mais precisam de proteção. Segundo Daisy, os impactos da falta de abrigo são visíveis: “Eles ficam doentes, sentem frio, sofrem. O pouco que conseguimos oferecer é constantemente tirado deles.” Atualmente, a ONG monitora 12 cães fixos no Centro Histórico, além de outros atendidos de forma pontual. Todos recebem vermífugos, vacinas, alimentação e abrigo.
Apesar dos sucessivos furtos, nenhum boletim de ocorrência foi registrado até o momento. No entanto, a Guarda Municipal se comprometeu a iniciar ações para identificar os responsáveis e conter as ações criminosas.
“Eu e uma amiga cuidamos das casinhas perto da prefeitura. Faço a limpeza todo dia antes do trabalho. A gente tenta manter tudo organizado. Mas no fim de semana deixo tudo arrumado, e na segunda já levaram tudo”, lamentou Daisy, destacando o desafio constante enfrentado pelos voluntários.
A situação ocorre em meio a uma intensa onda de frio que atinge Minas Gerais. Segundo a Defesa Civil estadual, os termômetros podem marcar até 7°C durante as madrugadas em regiões como a Central e a Zona da Mata, com geadas previstas na Serra da Mantiqueira. Diante do agravamento do cenário, Daisy faz um apelo: “Se alguém puder doar cobertores, roupinhas, ração, já ajuda demais. A gente luta todos os dias para cuidar deles e ainda tem que lidar com o egoísmo de quem tira o pouco que eles têm.”