Tarifa de Trump trava exportações brasileiras e paralisa indústrias

Setores como ferro gusa, carne e madeira adotam férias coletivas e redirecionam produção após novo imposto de 50% imposto pelos EUA

Por Plox

26/07/2025 07h44 - Atualizado há 7 dias

À medida que se aproxima o início da nova tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, anunciada pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, indústrias nacionais já tomam medidas drásticas para conter os impactos. A taxação, que entra em vigor em 1º de agosto, está provocando uma onda de paralisações, redirecionamentos logísticos e férias coletivas em diversas regiões do país.


Imagem Foto: Pixabay


Em Minas Gerais, particularmente em Matozinhos, siderúrgicas que operam com a produção de ferro gusa — essencial para a fabricação de aço — suspenderam atividades. O último carregamento foi expedido na sexta-feira (25), e o desligamento do forno está programado para domingo (27). A equipe da fundição entrou em férias coletivas diante do cenário de incerteza.
\"Vai ser difícil relaxar\", desabafou Carlos Alberto Souza, operador da unidade industrial, refletindo a preocupação do setor

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Segundo dados recentes, de janeiro a junho de 2025, as exportações brasileiras de ferro gusa para os Estados Unidos ultrapassaram os US$ 600 milhões. Com a imposição do novo imposto, empresários veem a continuidade dessas operações como insustentável.


No Centro-Oeste, o setor frigorífico também reage. No Mato Grosso do Sul, produtores de carne bovina começaram a redirecionar seus lotes antes destinados aos EUA. Agora, mercados como China, Sudeste Asiático e Oriente Médio tornam-se os principais destinos, após a perda de competitividade com a nova tarifa. Representantes do sindicato da categoria afirmam que a medida torna inviável a manutenção dos negócios com o mercado norte-americano.



Em Santa Catarina, o impacto chega ao setor madeireiro. Uma empresa que há mais de 60 anos exporta aproximadamente 65 contêineres por mês para os Estados Unidos decretou férias coletivas por tempo indeterminado. A drástica queda na demanda americana levou à decisão inédita.


Enquanto o governo federal intensifica missões diplomáticas na tentativa de reverter ou amenizar a medida imposta por Trump, o ambiente nas fábricas é de paralisação, insegurança e retração. A nova taxação afeta diretamente o desempenho das exportações brasileiras e ameaça postos de trabalho em cadeias produtivas importantes para a economia nacional.



A expectativa agora recai sobre os desdobramentos das negociações entre os dois países e as estratégias de adaptação das empresas nacionais frente ao novo cenário imposto pela política tarifária americana.


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