Relatório da Polícia Federal acusa Rodrigo Maia de corrupção e lavagem de dinheiro
O pai do parlamentar, Cesar Maia, ex-prefeito do Rio de Janeiro, também é acusado
Por Plox
26/08/2019 19h43 - Atualizado há quase 6 anos
O presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia (DEM-RJ) é acusado em um relatório conclusivo da Polícia Federal pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.
Segundo o relatório, as investigações com relação a delação da empreiteira Odebrecht afirmam, sem medo de errar, que o codinome “Botafogo”, que aparece nas planilhas de propinas do grupo, se refere ao presidente da Câmara.
Segundo a Polícia Federal, além do presidente da Câmara Rodrigo Maia, o seu pai, Cesar Maia, que foi prefeito do Rio de Janeiro, também praticou crime eleitoral “na modalidade caixa três“. Segundo o relatório, eles teriam apresentado apenas informações formais das doações repassadas pelas empresas interpostas, quando na verdade as doações vinham do grupo Odebrecht.
Os Bernardo Guidali Amaral e Orlando Cavalcanti Neves Neto detalharam as provas que confirmam o envolvimento de Rodrigo Maia e de seu pai. "Os elementos probatórios colhidos nos permitem afirmar com segurança sobre a realização de solicitações indevidas entre os anos de 2008 e 2010 por parte do deputado federal Rodrigo Maia e o atual vereador da cidade do Rio de Janeiro Cesar Maia no valor total de R$ 1.800.000,00, bem como acerca do recebimento de pagamentos indevidos pela Odebrecht, nos anos de 2008, 2010, 2011 e 2014, no valor R$ 1.600.000,00, em espécie, sendo que parte relevante, cerca de R$ 750.000,00 foi paga quando Rodrigo Maia e César Maia não eram candidatos (R$ 300.000,00 em 2008) ou fora do período eleitoral (R$ 450.000,00 em dezembro de 2010 e janeiro de 2011)", escreveram.
Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia - Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
A Polícia Federal também afirma que “cometeram o delito de lavagem de dinheiro quando, em 2010 e 2014, ocultaram e dissimularam a origem, com o objetivo de dar lastro e legitimar o recebimento valores indevidos com as doações eleitorais feitas pelo Grupo Petropolis e as distribuidoras de bebidas Praiamar e Leyroz, a pedido do Grupo Odebrecht”, diz um trecho do relatório.
Cesar Mais - Foto: Rose Brasil/Arquivo Agência Brasil
O relatório da PF, que já foi enviado ao relator do caso, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, foi concluído na semana passada.