Operações intensivas: Garimpeiro atira contra agentes do Ibama e é morto em área de proteção ambiental
Garimpo ilegal marcam a semana no Pará
Por Plox
26/08/2023 10h30 - Atualizado há cerca de 1 ano
Ontem ,sexta-feira, 25 de agosto, um enfrentamento alarmante ocorreu na Área de Proteção Ambiental (APA) do Tapajós, localizada no Pará. Durante uma operação de fiscalização contra práticas de garimpo ilegal, um garimpeiro, armado com uma pistola, disparou contra os agentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Os agentes, em reação ao ataque, retaliaram, levando à fatalidade do agressor. Mesmo sendo transportado rapidamente de helicóptero para um hospital em Itaituba (PA), o garimpeiro não resistiu aos ferimentos.
Estratégia contra o garimpo ilegal: O Tapajós é reconhecido como um dos principais focos de alerta quando se trata de garimpo ilegal no Brasil. A área abrange os municípios de Itaituba, Jacareacanga e Novo Progresso. Desde o início da operação, no dia 10 de agosto, o Ibama relata uma redução significativa, aproximando-se dos 90%, nos alertas de garimpo na região. Durante a ofensiva, 62 escavadeiras hidráulicas, 66 dragas, 89 motores e outros maquinários foram destruídos. Além disso, 29 acampamentos de apoio à prática ilegal foram desmantelados.
As operações não são realizadas isoladamente. O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) trabalha em parceria com o Ibama, contando ainda com o apoio de entidades como a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal, a Força Nacional de Segurança Pública e a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).
O Ibama, nas últimas semanas, acentuou suas ações no Pará, onde o garimpo ilegal tem impactado significativamente, em especial, a Terra Indígena Munduruku. Dados apontam que, em uma operação realizada em maio, foram confiscadas cinco aeronaves e grandes quantidades de diesel e combustível de aeronaves, além de armas de fogo. Vale ressaltar que helicópteros foram identificados em uso por garimpeiros na Terra Indígena Yanomami, em Roraima.
Sobre as terras Yanomami e Munduruku, é importante destacar que ambas integram um conjunto de sete terras que foram submetidas a uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), durante o governo Jair Bolsonaro, visando à retirada dos garimpeiros.
Atualmente, o Pará é percebido por membros do governo Lula como uma região crítica e prioritária. Com as ações em Roraima chegando a sua etapa final, o foco principal do Ibama nos próximos meses será este estado.