Fora da lista do governo, carne e café seguem com demanda internacional

Ministro Paulo Teixeira afirma que produtos não serão comprados em medida contra tarifa dos EUA por terem escoamento garantido

Por Plox

26/08/2025 16h25 - Atualizado há cerca de 7 horas

O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, anunciou nesta segunda-feira (25) que a carne bovina e o café não fazem parte da lista de produtos que poderão ser adquiridos pelo governo como forma de compensação ao impacto das tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos.


Imagem Foto: Reprodução


Durante coletiva de imprensa, Teixeira explicou que ambos os itens continuam com boa capacidade de escoamento internacional, o que justifica sua exclusão da medida emergencial. A carne bovina, por exemplo, já encontrou novos mercados compradores após a imposição das tarifas norte-americanas, como São Vicente e Granadinas, Filipinas e Indonésia, este último o quarto país mais populoso do planeta.



“No caso do café, há forte demanda em outros mercados, pois não há grande oferta global do produto. Já a carne bovina também é alvo de interesse de novos compradores. Por isso, não há necessidade de incluí-los na lista”, justificou o ministro.


Ele acrescentou ainda que acredita que tanto a carne quanto o café poderão ser incluídos em futuras exceções às tarifas impostas pelos EUA, dado o aumento expressivo de seus preços no mercado norte-americano. Conforme o Departamento de Estatísticas do Trabalho dos EUA, o preço médio da carne chegou a US$ 11,875 por libra — cerca de R$ 150 o quilo —, valor recorde no país. Em alguns supermercados, bandejas de carne foram vistas por até US$ 69.



“A situação chegou a um ponto em que os americanos estão fazendo hambúrguer com carne de primeira, algo que antes era feito com carne de segunda. Isso aumentou ainda mais o custo dos alimentos no país”, afirmou Teixeira.


Na última sexta-feira (22), o governo federal publicou uma portaria que regulamenta as compras públicas de alimentos brasileiros afetados pelas novas tarifas. A medida tem validade inicial de 180 dias, podendo ser prorrogada enquanto durar o impacto das sobretaxas. O Congresso Nacional também poderá tornar a medida permanente.


Entre os produtos incluídos na lista de aquisição estão: açaí (fruta, purês e preparações), água de coco, castanha de caju (inteira, sem casca, sucos e extratos vegetais), castanha-do-Brasil (fresca ou seca, sem casca), manga (fresca ou seca), mel e pescados.



Teixeira reforçou que o objetivo da medida é absorver parte da produção nacional impactada, dando apoio aos agricultores familiares e cooperativas do setor agropecuário.



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