Justiça reduz penas dos condenados pela tragédia da Boate Kiss

Decisão do TJRS manteve prisões, mas diminuiu tempo de reclusão dos quatro acusados pelo incêndio que matou 242 pessoas em Santa Maria

Por Plox

26/08/2025 15h33 - Atualizado há cerca de 8 horas

A 1ª Câmara Especial Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) decidiu nesta terça-feira (26) reduzir as penas dos quatro condenados pelo incêndio da Boate Kiss, que deixou 242 mortos em Santa Maria, no ano de 2013.


Imagem Foto: Wilson Dias/Agência Brasil/Arquivo


A relatora do caso, desembargadora Rosane Wanner da Silva Bordasch, manteve a validade do júri que condenou os réus, mas acatou parcialmente os pedidos da defesa para revisão das penas. Com a decisão, os sócios da boate, Elissandro Callegaro Spohr e Mauro Londero Hoffmann, terão de cumprir 12 anos de prisão. Já os músicos da banda “Gurizada Fandangueira”, Marcelo de Jesus dos Santos e Luciano Bonilha Leão, tiveram as penas ajustadas para 11 anos.



Mesmo com a diminuição das penas, o TJRS determinou que os quatro permaneçam presos. Ainda cabe recurso.


Na ocasião do julgamento original, realizado entre 1º e 10 de dezembro de 2021, Elissandro havia sido condenado a 22 anos e 6 meses de prisão; Mauro, a 19 anos e 6 meses; e os músicos, a 18 anos de reclusão cada.



Durante o julgamento desta terça, os advogados de defesa argumentaram que o veredito do júri contrariava as provas apresentadas e solicitaram a realização de novo julgamento. Como alternativa, pediram a redução das penas. A Procuradora de Justiça Irene Soares Quadros se manifestou contra os pedidos, sustentando a responsabilidade dos réus e os efeitos devastadores da tragédia sobre as vítimas, familiares e a cidade.


A tragédia aconteceu na madrugada de 27 de janeiro de 2013. Enquanto a banda “Gurizada Fandangueira” se apresentava, um artefato pirotécnico foi acionado, e as faíscas atingiram o revestimento de espuma no teto, provocando o incêndio. Ao todo, 242 pessoas morreram e outras 636 ficaram feridas.



Confira a linha do tempo do caso:


- 27/01/13 – Incêndio na Boate Kiss, em Santa Maria


- 03/04/13 – Ministério Público apresenta denúncia


- 27/07/16 – Réus são encaminhados a júri


- 01 a 10/12/21 – Réus são condenados pelo Tribunal do Júri


- 03/08/22 – TJRS anula julgamento


- 05/09/23 – STJ confirma anulação


- 21/09/23 – Novo júri é marcado


- 09/02/24 – STF suspende realização do novo julgamento


- 02/09/24 – STF restabelece condenações e determina prisão


- 04/02/25 – 2ª Turma do STF mantém condenações


- 14/04/25 – STF nega recursos das defesas


- 26/08/25 – TJRS decide pela redução das penas



Apesar das sucessivas batalhas judiciais, a tragédia da Boate Kiss continua a marcar a história recente do Brasil e mantém viva a busca por justiça das centenas de famílias afetadas.


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