Moraes determina vigilância 24h de Bolsonaro por risco de fuga

Determinação inclui monitoramento contínuo e discreto do ex-presidente em prisão domiciliar, com foco em evitar fuga.

Por Plox

26/08/2025 18h18 - Atualizado há cerca de 5 horas

Em mais um desdobramento envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, decidiu que a Polícia Penal do Distrito Federal deve manter vigilância contínua sobre o ex-mandatário, que atualmente cumpre prisão domiciliar.


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A medida inclui a presença constante de equipes monitorando, em tempo real, o endereço onde Bolsonaro reside. O objetivo principal da decisão é prevenir uma possível fuga, tendo em vista, segundo Moraes, as ações recentes do deputado Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente. Eduardo estaria atuando nos Estados Unidos com o intuito de influenciar autoridades americanas contra o Judiciário brasileiro.


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Alexandre de Moraes enfatizou que essa vigilância deve ocorrer de forma discreta, evitando qualquer tipo de exposição pública ou desconforto para vizinhos. O ministro pontuou que as ações policiais não devem invadir o espaço domiciliar de Bolsonaro e não devem causar alarde na vizinhança. O uso de uniformes e armamentos pelos agentes foi deixado a critério da própria Polícia Penal do DF, o que também visa preservar a discrição da medida.


\"O monitoramento realizado pelas equipes da Polícia Penal do Distrito Federal deverá evitar a exposição indevida, abstendo-se de toda e qualquer indiscrição, inclusive midiática, sem adoção de medidas intrusivas da esfera domiciliar do réu ou perturbadoras da vizinhança\", afirmou o ministro

A Procuradoria-Geral da República (PGR) já havia se posicionado favoravelmente ao monitoramento integral, mencionando os riscos iminentes de fuga. Além disso, Moraes determinou que a Secretaria de Segurança Pública do DF seja notificada para adotar as providências cabíveis, e os advogados de Bolsonaro também devem ser informados formalmente da nova decisão.



Embora o julgamento pelo qual Bolsonaro é réu — por tentativa de golpe de Estado após a eleição de Lula — esteja agendado para começar na próxima terça-feira (2), sua prisão domiciliar não decorre desse processo. Ela foi determinada no âmbito de outra investigação, que apura supostas ações de coação contra autoridades envolvidas nos inquéritos do golpe.


Nesse cenário, Eduardo Bolsonaro teria admitido trabalhar nos Estados Unidos junto ao ex-presidente Donald Trump com o intuito de obter anistia para envolvidos nos atos golpistas, ou até mesmo para barrar o julgamento do pai. Trump, inclusive, justificou recentes tarifas de 50% impostas a produtos brasileiros como resposta ao que classificou como uma “caça às bruxas” contra aliados políticos no Brasil.



Como parte dos trâmites legais, Moraes encaminhou o processo à PGR, que agora tem um prazo de cinco dias para se manifestar sobre as questões ainda pendentes.


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