Coreia do Sul investe R$ 448 milhões para encerrar comércio de carne de cachorro até 2027

O governo sul-coreano destinará uma quantia significativa para fechar estabelecimentos ligados à criação e venda de cães para consumo humano, em resposta ao declínio no consumo dessa carne

Por Plox

26/09/2024 18h22 - Atualizado há 24 dias

A Coreia do Sul anunciou um investimento de 109,5 bilhões de wons (cerca de R$ 448 milhões) até 2025, destinado ao fechamento de quase 6.000 estabelecimentos relacionados ao comércio de carne de cachorro. A iniciativa, liderada pelo Ministério da Agricultura, Alimentação e Assuntos Rurais, visa encerrar as atividades de fazendas, restaurantes, varejistas e abatedouros envolvidos na criação e venda de cães até fevereiro de 2027, quando a proibição total será implementada. Este montante inclui 56,2 bilhões de wons (R$ 229 milhões) para fundos de auxílio, além de 30,5 bilhões de wons (R$ 125 milhões) para cobrir a amortização de instalações utilizadas no setor.

Foto: reprodução/ Freepik

As mais de 5.989 empresas envolvidas no comércio de carne de cachorro deverão encerrar suas atividades ou migrar para outros setores, com o suporte financeiro do governo. Para facilitar a transição, proprietários de fazendas receberão compensações financeiras que variam entre 225.000 wons (R$ 920) e 600.000 wons (R$ 2.450) por cão, dependendo da quantidade e estrutura de seus estabelecimentos.

Medidas de proteção animal e apoio à adoção

Com o fechamento desses estabelecimentos, o destino dos cães é uma preocupação central. O governo garantiu que "os cães que inevitavelmente serão abandonados devido aos fechamentos" serão protegidos através de iniciativas de adoção, em conformidade com a Lei de Proteção Animal do país. A medida reforça o compromisso de proteger os animais durante a transição, minimizando os impactos negativos sobre eles.

Atualmente, estima-se que existam cerca de 466.000 cães em mais de 1.100 fazendas registradas na Coreia do Sul. Para garantir uma transição eficiente e sem prejuízos aos envolvidos, o governo oferecerá serviços de consultoria para auxiliar os donos dessas fazendas e restaurantes a migrarem para novos negócios.

Declínio no consumo de carne de cachorro

O consumo de carne de cachorro na Coreia do Sul diminuiu drasticamente nas últimas décadas. Um dos fatores que influenciaram essa mudança foi o aumento do número de famílias que adotaram cães como animais de estimação. Além disso, pesquisas recentes indicam que a maioria dos sul-coreanos nunca consumiu carne de cachorro e não tem intenção de fazê-lo no futuro. Esse cenário reforça a tendência de queda do mercado, com grandes centros de venda de carne de cachorro já fechados.

Nos últimos anos, o governo, em parceria com diversas associações, conseguiu fechar várias fazendas e abatedouros, ajudando seus proprietários a redirecionar suas atividades comerciais. A proibição definitiva do comércio de carne de cachorro, prevista para 2027, marca um ponto decisivo nessa mudança cultural e econômica.

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