Criança com microcefalia é estuprada e agredida por colegas em escola em MG
As agressões deixaram a criança com graves marcas psicológicas, e a família só soube do crime após o filho encontrar forças para falar sobre o ocorrido.
Por Plox
26/09/2024 19h21 - Atualizado há 3 meses
Uma criança de 11 anos com microcefalia foi violentamente atacada por dois colegas, de 11 e 12 anos, dentro do banheiro da Escola Municipal Eloy Heraldo Lima, no bairro Vale do Jatobá, em Belo Horizonte. O crime, que ocorreu no dia 13 de setembro, envolveu espancamento seguido de estupro e só foi revelado três dias depois, quando o menino contou o que havia acontecido para sua mãe. Os suspeitos confessaram a agressão à Polícia Militar.
Como a agressão ocorreu
O ataque aconteceu logo após o recreio, momento em que a vítima foi trancada no banheiro pelos colegas. O menino relatou que os agressores o espancaram antes de abaixar sua calça e cometerem o abuso sexual. Depois do assédio, o garoto desmaiou. As agressões deixaram a criança com graves marcas psicológicas, e a família só soube do crime após o filho encontrar forças para falar sobre o ocorrido.
Atendimento médico e investigação
Depois de contar o que aconteceu, a criança foi levada a um posto de saúde no dia 19 de setembro, sendo posteriormente encaminhada ao Hospital Júlia Kubitschek, onde foi examinada e passou por uma série de exames. O caso também foi levado às autoridades. No dia seguinte, 20 de setembro, as famílias da vítima e dos agressores participaram de uma reunião na escola, onde os dois meninos inicialmente negaram o crime, mas acabaram confessando ter espancado o colega após o recreio.
Motivação alegada pelos agressores
Na reunião, um dos garotos admitiu, na presença da mãe, que desferiu socos na cabeça, peito e rosto da vítima. Ele justificou o ataque afirmando que o menino frequentemente implicava com ele e xingava sua mãe, o que teria motivado a violência.
Sofrimento da vítima e da família
O pai da vítima declarou que, desde o ocorrido, o estado emocional de seu filho está profundamente abalado. Em entrevista à TV Alterosa, ele afirmou que a criança está recebendo atendimento psicológico, mas que a recuperação tem sido difícil. "A família também não está bem, estamos sofrendo demais. Eu que sou pai estou sofrendo também. A mãe está sofrendo mais ainda porque é mãe. A gente está assim, à mercê. Não sabemos o que temos que fazer para poder amenizar um pouco esse sofrimento nosso", desabafou.
Falta de apoio da escola
Além da violência sofrida, a família enfrenta dificuldades para receber apoio da instituição de ensino. A irmã da vítima contou que a escola informou inicialmente que não poderia tomar providências e que a responsabilidade pela situação seria do Conselho Tutelar. "As crianças continuam lá e quem foi prejudicado foi só o meu irmão mesmo", afirmou a irmã, em um relato que expõe a insatisfação com a postura da escola.
Manifestação e mobilização da comunidade
A situação gerou revolta entre os pais de outros alunos da escola, que organizaram uma manifestação para a sexta-feira (27/9), marcada para as 10h30 em frente à escola. A comunidade escolar exige respostas e ações concretas para evitar que casos semelhantes voltem a acontecer.
Investigações em andamento
A Polícia Civil de Minas Gerais informou que foi aberto um procedimento para investigar a conduta dos menores envolvidos no crime.