A paixão tem data de expiração? Entendendo seu impacto e transformações

Neurocientistas e psiquiatras revelam o que acontece em nosso cérebro quando nos apaixonamos e como a paixão evolui ao longo do tempo.

Por Plox

26/10/2023 10h50 - Atualizado há mais de 1 ano

A sensação de coração acelerado, a explosão de energia e as pupilas dilatadas quando alguém nos olha. Pode parecer um enigma médico, mas, na verdade, são sinais clássicos da paixão, conforme explica o neurocientista Thiago Porto.

Ao ser questionado sobre a durabilidade desse intenso sentimento, Porto afirma: "A paixão é um sentimento de conquista e, por isso, ela tem um prazo de validade”. Com o passar do tempo, neurotransmissores como dopamina e serotonina começam a declinar, conduzindo ao eventual desvanecimento da paixão.

Da Paixão ao Amor

De acordo com o psiquiatra Bruno Brandão, a transformação da paixão em amor não é garantida. Enquanto a paixão é intensa e avassaladora, o amor se caracteriza por um vínculo emocional duradouro e alterações específicas na atividade cerebral, especialmente nas áreas ligadas ao apego e afeto contínuo. Brandão destaca que "a paixão tende a diminuir com o tempo, e quando não substituída por um vínculo emocional mais forte, pode levar ao fim de um relacionamento".

Relatando sua própria experiência, a artesã Ademildes Silva, casada há 30 anos, acredita que a paixão pode evoluir para algo mais profundo e duradouro. “Acho que hoje somos mais do que apaixonados, temos sonhos iguais e compartilhamos os mesmos valores”, diz Silva.

Construindo Relacionamentos Duradouros

A comunicação é essencial para um relacionamento de longo prazo. Brandão alerta para os perigos das suposições e enfatiza a necessidade de diálogo aberto. Ele aconselha: “Não temos uma bola de cristal, é preciso perguntar ao outro, conversar, e não deduzir”.

Adriana Cruz, que está em um relacionamento há quase três décadas, concorda com a importância da comunicação e ressalta a necessidade de perseverança. Para aqueles que buscam manter a chama viva em relacionamentos longos, a resposta pode estar em trabalhar o autoconhecimento, aceitar as diferenças e, às vezes, ceder. Como Brandão coloca, “Assertividade envolve justamente isso, a habilidade (de decidir) entre ceder e se impor”.

Destaques