Durante uma declaração à imprensa a caminho da Malásia, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, indicou a possibilidade de revisar as tarifas elevadas impostas ao Brasil. A sinalização ocorreu na véspera de seu primeiro encontro oficial com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), marcado para o domingo (26/10).

Sinalização de flexibilização do “tarifaço”

Segundo Trump, existe intenção de considerar a diminuição da sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros, em vigor desde agosto. No entanto, ele fez questão de ressaltar que qualquer decisão dependerá de “circunstâncias adequadas”.

Essa possível mudança nas tarifas elevou as expectativas em torno da reunião bilateral, vista como uma oportunidade para destravar as relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos, que foram prejudicadas pela política tarifária norte-americana.

Pauta livre e expectativa por avanços

A pauta do encontro está definida como “livre”, sem restrições temáticas estabelecidas previamente. Do lado brasileiro, o principal objetivo é negociar a revogação integral das tarifas e de sanções impostas a autoridades nacionais durante o governo Trump.

Em coletiva realizada na Malásia, Lula demonstrou otimismo ao afirmar esperar que o diálogo permita “colocar os problemas na mesa e buscar soluções conjuntas”.

Aproximação e interesses comerciais em jogo

A aproximação entre os dois presidentes começou a se intensificar após um breve contato durante a Assembleia Geral da ONU em setembro. Desde então, além de trocas públicas de declarações, houve uma conversa telefônica no início de novembro para tratar de negociações.

Além do tema das tarifas, assessores de Lula não descartam que o presidente brasileiro debate também questões políticas, como a posição do Brasil contrária a possíveis intervenções dos EUA em assuntos internos de países vizinhos, como Venezuela ou Colômbia.

O secretário de Estado americano já expressou interesse em ampliar o papel dos Estados Unidos como principal parceiro comercial brasileiro, sinalizando uma disputa de influência frente à China na região.