Protesto em São Paulo critica Lula e Moraes após morte de preso ligado a atos de 8 de janeiro

O pastor Silas Malafaia, um dos organizadores do ato, classificou o STF como um "Supremo Tribunal Político"

Por Plox

26/11/2023 20h24 - Atualizado há cerca de 1 ano

Em São Paulo, na Avenida Paulista, em frente ao Museu de Arte de São Paulo, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se reuniram neste domingo, 26 de novembro, em uma manifestação convocada pelo pastor Silas Malafaia e por parlamentares. O protesto visava defender o Estado Democrático de Direito, os direitos humanos e homenagear a memória de Cleriston da Cunha, participante dos atos de 8 de janeiro que faleceu no Complexo da Papuda, em Brasília, no dia 20 de novembro, durante o banho de sol.

Clériston, que estava preso na Penitenciária da Papuda, em Brasília, sofreu um ataque cardíaco e faleceu na segunda-feira (20/11) durante banho de sol. Detentos relataram à Defensoria Pública do Distrito Federal (DPDF) que o socorro demorou cerca de 40 minutos para ser prestado e que não havia desfibrilador nem cilindro de oxigênio no local. Um laudo médico de julho já apontava risco de morte para Cleriston caso continuasse preso. A manifestação, que teve início às 14h e terminou por volta de 16h30, reuniu três quarteirões de participantes em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp). 

Foto: redes sociais

Vestidos com camisetas verde e amarelas e portando bandeiras do Brasil e de Israel, os manifestantes iniciaram o ato com um minuto de silêncio por Cleriston. Entre os participantes estavam familiares do falecido e deputados federais como Carla Zambelli (PL-SP), Gustavo Gayer (PL-GO), Marcel Van Hattem (Novo-RS), Nikolas Ferreira (PL-MG) e Ricardo Salles (PL-SP). O ex-presidente Bolsonaro, embora tenha publicado a convocação nas redes sociais, não compareceu ao evento.
Durante o ato, o deputado federal Ricardo Salles (PL-SP) foi recebido com gritos de "prefeito" e defendeu os manifestantes de 8 de janeiro, argumentando que as punições deveriam ser aplicadas apenas aos que depredaram patrimônio. Salles também criticou o resultado das eleições do ano passado, afirmando que a direita brasileira vive o "pesadelo" da vitória de Lula.

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) e o senador Magno Malta (PL-ES) também fizeram discursos críticos ao STF, com Malta condenando as decisões monocráticas da corte e Ferreira afirmando que o Brasil não teme Alexandre de Moraes. O pastor Silas Malafaia, um dos organizadores do ato, classificou o STF como um "Supremo Tribunal Político".
A manifestação se destacou pela crítica ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Alexandre de Moraes, que também é membro do Supremo Tribunal Federal (STF). Após a morte de Cleriston da Cunha, apoiadores de Bolsonaro e políticos aliados intensificaram ataques a Moraes, responsável pelos casos relacionados aos atos de 8 de janeiro no STF.


A Polícia Federal investiga as circunstâncias da morte de Cleriston da Cunha e o ministro Moraes exigiu informações detalhadas do presídio. Além disso, o presidente do Conselho Federal da OAB, Beto Simonetti, solicitou à Comissão Nacional de Direitos Humanos uma investigação sobre possíveis violações dos direitos humanos.
O advogado de Cleriston, Bruno Azevedo de Souza, havia pedido a soltura do cliente em fevereiro, citando sequelas da Covid-19, e reforçou o pedido em abril e novembro, mencionando o apoio da Procuradoria Geral da República (PGR).
 

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