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Economia
Brasil atinge melhor combinação de renda, menor pobreza e desigualdade desde 1995, aponta Ipea
Nota técnica do Ipea, com base em dados do IBGE, mostra que a renda domiciliar per capita cresceu cerca de 70% em 30 anos, enquanto o coeficiente de Gini caiu quase 18% e a extrema pobreza recuou de 25% para menos de 5% da população
26/11/2025 às 11:04por Redação Plox
26/11/2025 às 11:04
— por Redação Plox
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O Brasil encerrou 2024 com a melhor combinação de renda, menor pobreza e menor desigualdade desde o início da série histórica, em 1995, segundo nota técnica do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O estudo, divulgado nesta terça-feira (25), utiliza dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Ipea indica melhora após crises com recuperação do emprego e da assistência
Foto: Reprodução / Agência Brasil.
De acordo com o levantamento, a renda domiciliar per capita aumentou cerca de 70% ao longo de 30 anos. No mesmo período, o coeficiente de Gini — indicador que mede a concentração de renda — caiu quase 18%, enquanto a taxa de extrema pobreza recuou de 25% para menos de 5% da população.
Avanço desigual no tempo e retomada recente
O progresso não foi contínuo. Os maiores ganhos se concentraram entre 2003 e 2014, foram interrompidos na sequência e só voltaram a se intensificar entre 2021 e 2024. Após um longo ciclo de crises entre 2014 e 2021 — com recessão, recuperação lenta e forte impacto da pandemia —, a renda per capita atingiu o menor nível em uma década.
A partir de 2021, a trajetória se inverteu. Em três anos consecutivos, a renda média cresceu mais de 25% em termos reais, o maior avanço desde o Plano Real, acompanhado por uma queda expressiva na desigualdade. Esse movimento recente é o que sustenta o atual patamar recorde de renda, pobreza e desigualdade no país.
Os resultados mostram que é possível reduzir intensamente a pobreza e a desigualdade, mas que esses movimentos também podem ser interrompidos ou mesmo revertidos por vários fatores. E que é importante combinar diferentes meios para alcançar esses objetivos fundamentais do país
Marcos Dantas Hecksher
Papel do trabalho e das transferências de renda
Os pesquisadores atribuem a melhora recente à combinação de aquecimento do mercado de trabalho e expansão das transferências de renda. Juntos, esses dois fatores responderam por quase metade da redução da desigualdade e da queda da extrema pobreza entre 2021 e 2024.
Programas como Bolsa Família, Benefício de Prestação Continuada, Auxílio Brasil e Auxílio Emergencial tiveram impacto maior após 2020, tornando-se peças centrais na melhora dos indicadores sociais nesse período.
Perda de fôlego das políticas assistenciais
Segundo o estudo, o efeito das transferências começou a perder força em 2023 e 2024, com o fim do ciclo de expansão dessas políticas. Mesmo assim, o mercado de trabalho manteve influência significativa sobre a renda e a redução da pobreza, o que tende a torná-lo ainda mais determinante nos próximos anos.
Em 2024, o país registrou os menores níveis de pobreza da série histórica. Ainda assim, 4,8% da população vivia abaixo da linha de extrema pobreza, definida em US$ 3 por dia, e 26,8% abaixo da linha de pobreza, de US$ 8,30 por dia. Mais de 60% da redução da extrema pobreza entre 2021 e 2024 resultou da melhora distributiva, de acordo com a decomposição apresentada na nota técnica.
Desigualdade segue desafio central
O estudo ressalta que, mesmo com o melhor resultado desde 1995, a desigualdade permanece como um dos principais desafios do país. A análise reforça que a redução das disparidades depende tanto do desenho dos gastos sociais quanto da forma como se arrecadam os recursos públicos.
Os autores destacam ainda que pesquisas domiciliares tendem a subestimar os rendimentos muito altos e parte das transferências sociais, o que exige cautela na interpretação dos números, mesmo em um contexto de forte melhora relativa.
Mudança estrutural no pós-pandemia
A nota técnica conclui que o período recente representa uma inflexão importante na trajetória social brasileira: após anos de estagnação ou retrocesso, renda, pobreza e desigualdade voltaram a melhorar simultaneamente e em ritmo acelerado. Para o Ipea, essa convergência de indicadores marca uma mudança estrutural no pós-pandemia.
Nesse contexto, o país atinge em 2024 seu melhor desempenho em renda, pobreza e desigualdade desde 1995, consolidando um novo patamar histórico. A continuidade desse quadro, porém, dependerá da capacidade de combinar crescimento do mercado de trabalho com políticas de proteção social e de distribuição mais equilibrada da renda e dos recursos públicos.
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