A Polícia Civil concluiu o indiciamento do homem acusado de matar o advogado Marcelo Mendonça, de 43 anos, com uma facada no coração durante uma reunião em um escritório de advocacia em Viçosa (MG). O delegado responsável pelo caso, Moisés Albuquerque, informou que o suspeito, Evandro Orecio da Cunha, de 53 anos, vai responder por homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e por ter impossibilitado a defesa da vítima.

O crime aconteceu em 14 de novembro. Marcelo foi encontrado caído no chão enquanto o agressor era contido por testemunhas. A investigação aponta que a discussão começou durante uma reunião marcada para as 16h. Segundo uma funcionária, Evandro, que estava acompanhado da esposa, passou a se alterar ao acusar o advogado de agir de maneira indevida, o que levou ao encerramento do encontro.

Discussão terminou em ataque na recepção

Já na recepção do escritório, o suspeito desferiu um golpe de faca no peito do advogado. A esposa dele teria retirado a arma das mãos do agressor, enquanto outra testemunha o imobilizava. Marcelo chegou a ser socorrido pelo Samu e levado ao Hospital São Sebastião, de onde foi encaminhado ao Complexo Hospitalar de Viçosa.

De acordo com a equipe médica, o ferimento atingiu o ventrículo cardíaco e causou um dano irreversível. Apesar das tentativas de reanimação, o advogado morreu poucos minutos após dar entrada na unidade.

A perícia recolheu a faca usada no ataque, e Evandro recebeu voz de prisão em flagrante por homicídio consumado, sendo posteriormente levado para a Delegacia da Polícia Civil.

Escritório detalha motivo do atendimento

O escritório onde o crime ocorreu, José Carlos Marques Sociedade de Advogados, informou que Marcelo não era mais sócio do local, mas realizava atendimentos esporádicos ali, entre eles o de Evandro. Em nota, a empresa explicou que o cliente buscava informações sobre um processo administrativo já encerrado, ligado a um pedido de autorização para construção próxima a um curso d’água.

Como os autos estavam arquivados, o documento solicitado não estava disponível, e Marcelo orientou que a requisição fosse feita diretamente à prefeitura. Segundo o texto, essa resposta teria desencadeado a reação violenta do agressor, classificada como “desproporcional e criminosa”. O escritório também registrou agradecimentos aos profissionais de saúde e às testemunhas que ajudaram a conter o suspeito.

Versão da defesa do suspeito

À época do crime, a defesa de Evandro alegou que houve um desacordo em relação à prestação do serviço contratado e que “os ânimos se exaltaram”, resultando em uma luta corporal antes do golpe fatal. Após o indiciamento, o advogado do suspeito não quis comentar o caso.