Google retira do ar ferramenta que exibe cotação do dólar

No feriado desta quarta-feira (25/12), ao se pesquisar a cotação da moeda norte-americana na plataforma digital, era exibido o valor de R$ 6,38; O último dia de fechamento oficial (23/12) registrava R$ 6,18

Por Plox

26/12/2024 19h41 - Atualizado há 5 meses

O Google desativou a exibição direta da cotação do dólar em seu buscador nesta quinta-feira (26). A medida foi tomada poucas horas após a AGU (Advocacia-Geral da União) anunciar que ouvirá o Banco Central para investigar uma possível inconsistência nos valores apresentados pela plataforma na quarta-feira (25). Na tarde de quarta-feira (25), a ferramenta exibiu a cotação da moeda norte-americana a R$ 6,38, quando os mercados financeiros estavam fechados, sendo que a cotação correta estava em R$ 6,15, valor de fechamento do dólar no último dia 24, véspera de Natal, em que o pregão funcionou com horário reduzido. Veja os detalhes na Live.


Em nota emitida na noite de quarta-feira, a AGU informou que os dados enviados pelo Banco Central subsidiarão uma eventual ação da Procuradoria-Geral da União, órgão da AGU, contra o buscador Google. A AGU pediu ao BC a cotação oficial no dia 25; o valor da moeda americana em outros países na mesma data; e se a cotação em outros países pode impactar o valor da moeda brasileira em pleno feriado.

 

Foto: Rede Social

 

“Recentemente, informações de fontes desconhecidas sobre a cotação real do dólar foram novamente veiculadas na plataforma Google. O câmbio Ptax é a cotação oficial no Brasil, não definido nesta quarta-feira pelo Banco Central devido ao feriado”, ressaltou a AGU em nota.

 

Foto: Captura de tela do site do Banco Central de Brasil nesta quinta-feira (26/12)

 

Embora a Taxa Ptax, taxa média de câmbio ao longo do dia, seja usada pelo Banco Central, ela define apenas a indexação dos contratos vinculados ao governo, como títulos da dívida externa, da dívida pública interna corrigida pelo câmbio e empréstimos de instituições estrangeiras. A cotação instantânea e de fechamento dos mercados é definida em cada corretora, porque o mercado de câmbio é descentralizado, sem uma organização controladora.

 

Apesar de o mercado cambial funcionar de forma descentralizada, os bancos comerciais, os fundos de investimento e os dealers (bancos ou corretoras autorizadas a funcionar como intermediários do Banco Central) podem influenciar o mercado. O BC também tem poder de interferir no câmbio, ao vender e comprar dólares. Apenas em dezembro, a autoridade monetária injetou cerca de US$ 30 bilhões das reservas internacionais no mercado.

 

Na tarde desta quinta-feira (26), a ferramenta

 

O que diz o Google

O Google informou que não vai comentar a iniciativa da AGU. Sobre a cotação, afirmou que os dados mostrados em tempo real na busca “vêm de provedores globais terceirizados de dados financeiros”. A empresa disse que trabalha com parceiros para garantir a precisão e investigar e solucionar quaisquer preocupações. De acordo com a página da plataforma Google Finanças, os dados de bolsas de valores e da taxa de câmbio são fornecidos pela Morningstar, empresa americana de pesquisa de investimentos.
 

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
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