Economia

Especialista aponta que metas de ano-novo devem ser reais e nascer de desejo genuíno

Chrystina Barros, especialista em saúde e felicidade no trabalho, orienta que resoluções sejam alinhadas à rotina, anotadas no papel e usadas para revisar expectativas com foco no bem-estar

26/12/2025 às 08:32 por Redação Plox

O começo de um novo ano costuma trazer listas de metas e resoluções, mas esse movimento precisa nascer de um desejo genuíno de mudança, e não de pressões externas, comparações ou expectativas criadas nas redes sociais. A avaliação é da especialista em saúde e felicidade no trabalho Chrystina Barros, em entrevista ao programa Nacional Jovem, da Rádio Nacional da Amazônia, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

© chrystinabarros/Instagram

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Foto: Reprodução:


Segundo a especialista, muitas pessoas se baseiam em padrões exibidos nas redes sociais e acabam entrando em uma dinâmica de cobrança intensa, sem conhecer a realidade por trás das imagens ou histórias que consomem. Para ela, esse tipo de comparação pode criar um ciclo de frustração, principalmente quando metas são traçadas mais para atender à expectativa alheia do que às próprias necessidades.

Metas realistas e alinhadas à rotina

Chrystina destaca que é fundamental revisar as metas já definidas, avaliando se não são exageradas e se realmente cabem na rotina da vida real. Para ela, o foco deve estar em metas realistas e em ações possíveis de serem iniciadas no presente, em vez de promessas distantes e desconectadas do dia a dia.

Ela também enfatiza a importância de aprender com o ano que passou, evitando repetir padrões que levam à frustração. Metas mais consistentes, segundo a especialista, dependem de planejamento e de disciplina na execução, sempre dentro do que cada pessoa consegue alcançar de forma concreta.

O papel da escrita no processo de mudança

Para apoiar esse processo, Chrystina recomenda resgatar o hábito de escrever no papel. Em sua visão, anotar objetivos, desejos e acontecimentos positivos ajuda a organizar pensamentos, dar forma às metas e tornar mais visíveis os pequenos avanços ao longo do tempo.

Ela sugere o uso de um caderno ou bloco físico para registrar diariamente algo bom que tenha acontecido, especialmente quando se entra em um novo ano com promessas voltadas para si mesmo, e não para o mundo. A prática de revisitar essas anotações, por exemplo uma vez por mês, pode indicar se houve passos concretos em direção ao que se deseja e ajudar a renovar a energia para continuar avançando.

Planejamento como ferramenta de motivação

Na avaliação da especialista, estabelecer resoluções é importante porque cria movimento e direciona a vida. Mais do que definir o objetivo final, ela aponta que é essencial refletir sobre o que será feito ao longo do caminho para chegar até lá, respeitando o próprio tempo. Para Chrystina, quando a pessoa se permite olhar para o que fez, para o que está fazendo e para como quer estar no fim do ano, o planejamento se transforma em uma fonte de motivação.

Reconhecer momentos positivos do dia a dia

Chrystina ressalta que também é necessário fazer um balanço dos momentos positivos vividos ao longo do ano, e não apenas das dificuldades. Ela lembra que o cérebro tende a guardar com mais força as experiências negativas, como forma de proteção, o que pode fazer com que as coisas boas sejam ofuscadas. Ao reconhecer o que deu certo, a pessoa recupera fôlego e percebe conquistas que, muitas vezes, passam despercebidas.

Explorar e valorizar esses momentos positivos, segundo a especialista, ajuda a enfrentar situações difíceis com mais aprendizado e menos desgaste. Nesse processo, entram em cena as expectativas: muitas vezes, elas são impostas pelo olhar do outro ou por padrões externos, e não construídas a partir do que cada um realmente deseja para si.

Autocompaixão e replanejamento

A especialista reforça que é possível – e saudável – se permitir sentir tristeza ou frustração quando uma meta não é alcançada, especialmente quando se percebe que esse objetivo talvez tenha sido traçado por influência de outras pessoas ou por cobranças internas excessivas. Para ela, a autocompaixão é parte essencial do processo de mudança, pois abre espaço para uma reflexão mais realista sobre o que é possível fazer daqui para frente.

Chrystina aponta que o fato de um ano não ter saído como o esperado não significa que o seguinte precise ser vivido em ritmo dobrado para compensar. Em vez disso, ela defende um caminho que combina permissão para sentir, revisão de expectativas e replanejamento, com metas mais condizentes com a realidade e com o próprio bem-estar.

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