Política

Ex-diretor da PRF Silvinei Vasques é preso no Paraguai ao tentar viajar com passaporte falso

Condenado a 24 anos e 6 meses por participação em trama golpista, Silvinei Vasques foi detido em Assunção após violar tornozeleira eletrônica e tentar embarcar para El Salvador com documento falso; prisão foi autorizada por Alexandre de Moraes

26/12/2025 às 14:52 por Redação Plox

O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques foi preso na madrugada desta sexta-feira (26) no Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi, em Assunção, no Paraguai, ao tentar embarcar em um voo para El Salvador. Segundo a Polícia Federal (PF), ele violou a tornozeleira eletrônica e fugiu para o país vizinho, onde acabou detido pelas autoridades locais ao tentar embarcar com passaporte falso. As informações sobre a fuga foram encaminhadas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que decretou a prisão de Silvinei após a constatação da evasão.



Condenado a 24 anos e 6 meses de prisão na ação penal do Núcleo 2 da trama golpista, o ex-diretor cumpria prisão domiciliar e cumpria medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica.

Ruptura do monitoramento e rota de fuga

De acordo com a PF, o equipamento de monitoramento deixou de emitir sinal de GPS por volta das 3h da madrugada de quinta-feira (25). Na sequência, agentes foram até o apartamento de Silvinei, em São José, em Santa Catarina, e verificaram que ele não se encontrava no local.

Após checar o sistema de câmeras do prédio, os policiais concluíram que o ex-diretor esteve no imóvel até as 19h22 da véspera de Natal, na quarta-feira (24). As imagens do circuito interno de TV o mostraram colocando bolsas no porta-malas de um carro, vestindo calça de moletom preta, camiseta cinza e boné preto.

A PF aponta que a fuga provavelmente ocorreu com o uso de um carro alugado. Na manhã desta sexta-feira, a corporação confirmou a prisão de Silvinei no Paraguai, de onde ele deve ser enviado de volta ao Brasil.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil


Ação da polícia paraguaia e cooperação internacional

Em nota, a Polícia Nacional do Paraguai informou que deteve Vasques após receber um alerta do Comando Tripartite, mecanismo de cooperação policial e de inteligência que envolve Brasil, Argentina e Paraguai. No momento da prisão, ele estava com documentos falsificados no aeroporto, de onde partiria para El Salvador, seu destino final.

Foto: Polícia Paraguaia


As autoridades paraguaias consultaram a PF, que confirmou a identidade do ex-diretor-geral da PRF. Segundo a comunicação oficial, Silvinei teria saído de Santa Catarina e viajado de carro até Assunção.

A PF informou que só deve se pronunciar sobre o caso quando ele desembarcar no Brasil. As autoridades brasileiras devem detalhar como se deu a captura e as circunstâncias da tentativa de fuga. Embora condenado, os prazos para recursos da defesa ainda não foram concluídos, o que impede, por ora, o início do cumprimento da pena em regime fechado.

Condenação na trama golpista

Silvinei Vasques foi condenado pelos crimes de organização criminosa, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça, além de deterioração de patrimônio tombado.

Conforme a Procuradoria-Geral da República (PGR) e a PF, o então diretor da PRF determinou a realização de blitzes em regiões onde a chapa de Luiz Inácio Lula da Silva tinha maior intenção de voto, com o objetivo de dificultar o acesso de eleitores às urnas e, assim, beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro, que buscava a reeleição.

Silvinei foi preso preventivamente em agosto de 2023 e permaneceu um ano detido, até obter liberdade provisória por decisão do ministro Alexandre de Moraes, condicionada ao cumprimento de medidas cautelares como o uso de tornozeleira eletrônica e o cancelamento de seu passaporte.

Foto: Lula Marques / Agência Brasil


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