Bolsonaro quer debate ao vivo com Moraes sobre penas do 8 de Janeiro

Ex-presidente propõe conversa transmitida em canal aberto para discutir individualização das punições dos réus dos atos de 8/1

Por Plox

27/03/2025 13h05 - Atualizado há 27 dias

Durante uma coletiva de imprensa realizada no Senado, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) manifestou o desejo de participar de uma conversa pública com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), com o objetivo de discutir a individualização das penas dos envolvidos nos atos do dia 8 de janeiro.


Imagem Foto: Presidência


Segundo Bolsonaro, essa possível conversa com Moraes teria que ser transmitida ao vivo e por um canal aberto de televisão, para que todas as declarações ficassem devidamente registradas. O ex-presidente, no entanto, deixou claro que não pretende solicitar formalmente o encontro.


— Eu gostaria muito de discutir, não sei se ele vai, talvez até me responda grosseiramente. Eu e o ministro Alexandre Moraes falarmos sobre esse assunto. Não, não quero marcar [reunião]. Eu gostaria que isso acontecesse, mas não vou pedir, não — declarou Bolsonaro.



A declaração ocorre no contexto da recente decisão da 1ª Turma do STF, que aceitou por unanimidade a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Bolsonaro e outros sete de seus aliados. Eles agora são réus no processo relacionado aos ataques de 8 de janeiro de 2023.


As acusações incluem tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, envolvimento em organização criminosa armada, dano qualificado ao patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado. As penas somadas podem chegar a até 43 anos de prisão.



Entre os denunciados junto com Bolsonaro estão nomes de peso de sua gestão: Walter Braga Netto (ex-ministro da Defesa e da Casa Civil), Augusto Heleno (ex-ministro do GSI), Anderson Torres (ex-ministro da Justiça), Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa), Almir Garnier (ex-comandante da Marinha), Alexandre Ramagem (deputado federal e ex-diretor da Abin) e Mauro Cid (ex-ajudante de ordens de Bolsonaro).


A possível conversa entre Bolsonaro e Moraes, caso ocorra, pode trazer à tona novos desdobramentos no processo e reforçar a tensão entre o ex-presidente e o Supremo.


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