Linha de pasta de dente da Colgate é interditada pela Anvisa após casos de lesões bucais

Consumidores relataram lesões bucais e inchaços após uso do produto; interdição vale a partir desta quinta-feira (27)

Por Plox

27/03/2025 13h22 - Atualizado há 4 dias

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou a interdição cautelar da linha de cremes dentais 'Clean Mint', da Colgate, após diversos relatos de consumidores que sofreram lesões bucais e reações adversas. A decisão foi publicada nesta quinta-feira (27) no Diário Oficial da União e já está em vigor.


Segundo a Anvisa, a medida foi motivada por um volume expressivo de notificações de efeitos adversos relacionados ao uso do produto. A interdição tem caráter preventivo e permanecerá em vigor até que se comprove se há ou não risco à saúde pública. Caso a análise confirme os danos, a fabricação e comercialização dos cremes dentais podem ser suspensas definitivamente.


A Colgate ainda não se manifestou oficialmente sobre a decisão.


O problema veio à tona após alterações na fórmula das linhas 'Total 12' e 'Clean Mint', que passaram a ser vendidas como 'Prevenção Ativa'. A mudança incluiu a substituição do fluoreto de sódio pelo fluoreto de estanho — um composto com propriedades antimicrobianas. Apesar de amplamente utilizado, o ingrediente causou reações em parte dos consumidores.


Entre os sintomas mais frequentemente relatados estão inchaço nas amígdalas, aftas, ardência, vermelhidão nos lábios e sensibilidade nas gengivas. Alguns casos mais graves incluíram dezenas de lesões simultâneas na boca.


Imagem Foto: Reprodução


A influenciadora e advogada Luiza Guimarães foi uma das afetadas. Em vídeo publicado no Instagram, ela compartilhou que só descobriu a origem dos ferimentos bucais após interromper o uso da nova pasta. “Quando eu ia escovar dente me dava até vontade de chorar”, desabafou a advogada ao mostrar feridas na língua e gengiva.


Outro caso foi o do estudante Pedro Maciel, de 25 anos, que relatou o surgimento de mais de 50 aftas. O desconforto foi tão intenso que ele precisou de atendimento médico e ficou uma semana sem conseguir se alimentar corretamente devido à dor.


A Colgate confirmou que a nova fórmula contém fluoreto de estanho e defendeu sua segurança. Em nota, a empresa informou que a substância é “segura, eficaz e amplamente utilizada”, além de ter passado por testes rigorosos no Brasil e no exterior. A empresa reconhece, no entanto, que uma minoria da população pode apresentar sensibilidade a certos ingredientes, como o próprio fluoreto de estanho, corantes ou sabores.


A orientação da marca é para que qualquer consumidor que apresente reações adversas suspenda imediatamente o uso do produto. A Colgate disponibilizou seu canal de atendimento pelo número 0800 703 7722 para esclarecimentos.


O Conselho Federal de Odontologia (CFO), também procurado, declarou que ainda não recebeu reclamações formais sobre os produtos, mas que aguarda mais informações da fabricante antes de se posicionar. O órgão reiterou seu compromisso com a saúde bucal da população.


A interdição segue válida até novas avaliações da Anvisa e alerta para a importância da atenção à composição dos produtos utilizados no dia a dia.


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