´Calor do momento’: mulher que pichou estátua no 8/1 diz que se arrepende e culpa 'falta de malícia'

Débora Rodrigues relatou em depoimento que não invadiu prédios públicos e pichou a frase com batom após pedido de desconhecido

Por Plox

27/03/2025 10h04 - Atualizado há cerca de 1 mês

A cabelereira Débora Rodrigues dos Santos, acusada de pichar a estátua da Justiça com a frase \"perdeu, mané\" durante os atos do dia 8 de janeiro de 2023, afirmou em depoimento que agiu no \"calor do momento\" e se arrepende profundamente do que fez.


Imagem Foto: Reprodução de vídeo


O depoimento, prestado em novembro de 2024 e que teve o sigilo derrubado pelo ministro Alexandre de Moraes, revela que Débora nega ter invadido os prédios públicos e relata que viajou por conta própria de Campinas (SP) para Brasília em um ônibus que custou R$ 50. Ela chegou à capital federal no dia 7 de janeiro e se dirigiu ao acampamento em frente ao Quartel-General do Exército.


Débora relatou que permaneceu apenas na Praça dos Três Poderes, onde se localizam o STF, o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto. Segundo ela, foi chamada por um homem não identificado para completar a frase na estátua com batom, já que ele teria \"a letra muito feia\". O homem havia começado a escrever a pichação e pediu ajuda.


Imagem Foto: Reprodução de vídeo


“Eu não fazia ideia do valor simbólico e financeiro daquela estátua. Estava apenas tirando fotos porque nunca tinha ido a Brasília e achei os prédios bonitos”, afirmou. Quando viu as vidraças quebradas, disse que entrou em pânico e voltou ao acampamento.


Ela também relatou que, dias antes, havia repreendido o filho sobre pichações, considerando a prática ilegal. “Eu não sei o que aconteceu comigo naquele momento. O calor da situação alterou minhas faculdades mentais”, explicou, dizendo estar profundamente arrependida.


A frase usada por ela na pichação remete a uma fala do atual presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, dirigida a apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro que o hostilizaram nos Estados Unidos, em 2022: “Perdeu, mané, não amola”.



Débora está sendo julgada pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal. O relator, ministro Alexandre de Moraes, sugeriu pena de 14 anos de prisão, sendo seguido pelo ministro Flávio Dino. Já o ministro Luiz Fux pediu vista e deve apresentar sugestão de revisão da pena, o que suspendeu temporariamente o julgamento.


Ela virou ré em agosto de 2024, com decisão unânime dos ministros da Primeira Turma, após denúncia da Procuradoria-Geral da República. Os crimes atribuídos incluem associação criminosa armada, golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado, entre outros.



Débora foi presa preventivamente em 17 de março de 2023, durante uma fase da operação Lesa Pátria da Polícia Federal. Sua prisão foi renovada em junho do mesmo ano.


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