Remédios devem ter reajuste de até 5,06% a partir de segunda-feira

Alta será autorizada no dia 31 de março; impacto pode variar conforme a concorrência e estratégias comerciais das farmácias

Por Plox

27/03/2025 22h32 - Atualizado há 27 dias

A partir da próxima segunda-feira, 31 de março, o preço dos medicamentos no Brasil poderá sofrer aumento de até 5,06%, conforme projeção da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed). Esse índice máximo de reajuste, baseado na inflação acumulada pelo IPCA nos 12 meses encerrados em fevereiro, serve como teto para os reajustes a serem aplicados pelas indústrias farmacêuticas.


Imagem Foto: Pixabay


Apesar disso, o reajuste médio esperado é de 3,48%, o menor patamar registrado desde o ano de 2018. Os números oficiais de 2025 ainda serão divulgados até o início da próxima semana pela própria Cmed, responsável por regulamentar os preços no setor.



O cálculo para o reajuste considera diversos fatores: além da inflação, são levados em conta a produtividade da indústria, os custos de produção que não estão contemplados no IPCA (como tarifas de energia, variação cambial e insumos) e o nível de concorrência no mercado, dividido em três faixas distintas.


O aumento autorizado, no entanto, não se traduz automaticamente em reajustes imediatos nas farmácias. De acordo com o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma), a competitividade do setor faz com que muitas empresas optem por segurar ou aplicar gradualmente os reajustes, enquanto outras podem absorver parte dos custos para manter seus preços mais atrativos.



Nelson Mussolini, presidente executivo do Sindusfarma, aponta que os aumentos nos preços podem demorar meses para acontecer ou até mesmo não serem aplicados, dependendo da estratégia comercial das empresas e da reposição de estoques.


Para os consumidores, especialmente os que dependem de medicamentos contínuos, a recomendação é pesquisar preços, aproveitar promoções e usar programas de desconto oferecidos por laboratórios e redes de farmácia para minimizar o impacto do reajuste.



No ano anterior, o índice máximo de reajuste autorizado foi de 4,5%, o menor desde 2020. Atualmente, o setor farmacêutico é o único entre os bens de consumo no Brasil sujeito ao controle oficial de preços. Conforme nota divulgada pelo Sindusfarma, as empresas do setor enfrentam dificuldades para equilibrar as contas, visto que, historicamente, os reajustes autorizados estão abaixo da inflação geral medida pelo IPCA.


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