Gêmeas que nasceram grudadas têm vida normal após dois anos da separação

Irmãs permaneceram unidas por 10 meses e foram submetidas à cirurgia em 2019

Por Plox

27/04/2021 09h47 - Atualizado há cerca de 4 anos

Mel e Lis, gêmeas siamesas que nasceram grudadas pela cabeça, após dois anos da cirurgia de separação, não tiveram nenhuma sequela e vivem normalmente. Frases como “mamãe, vamos brincar de esconde-esconde?” e “quero ir na praia mergulhar” ditas por elas traduzem uma vida que a condição delas ao nascer não permitiria.

A cirurgia - inédita no Distrito Federal, local onde aconteceu o procedimento - foi realizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), no Hospital da Criança de Brasília José Alencar.

 Gêmeas que nasceram grudadas têm vida normal após dois anos da separação
Foto: TV Globo / Reprodução

A mãe delas, Camilla Vieira, depois de 2 anos da cirurgia, se surpreende com o sucesso do procedimento. "Eu não pensava que elas seriam tão perfeitinhas desse jeito que você olha. E você não diz que as meninas nasceram grudadas. Tenho duas sensações: uma que elas nunca foram grudadas realmente e, a outra, que parece que passaram dez anos dessa cirurgia", fala Camilla.

Rodrigo Aragão, de 32 anos, pai das meninas, compartilha da mesma percepção da mãe. Ele fala que elas têm qualidade de vida e podem correr para onde quiserem, sem depender da vontade uma da outra para se moverem.
E cada vez mais elas rumam para uma vida livre, já que as idas aos hospital ganharam intervalos maiores e as sessões de fisioterapia acabaram. Agora é só uma vez no ano que passam pela avaliação do neurologista Benício Oton, que é médico delas desde quando estavam na barriga da mãe e esteve à frente na cirurgia para separá-las.

 Gêmeas que nasceram grudadas têm vida normal após dois anos da separação
Foto: TV Globo / Reprodução

A pandemia da covid-19 as está impedindo de frequentar a escola. Mas nem tudo na rotina delas se modificou. As irmãs continuam indo na aula de natação três vezes por semana, o que seria um impedimento para elas se ainda estivessem grudadas uma à outra, pois não teriam liberdade de se moverem.

E o médico não deixa dúvidas que a cirurgia foi bem-sucedida. Ele fala que esse bom resultado é visto na maneira como elas estão hoje.

As previsões do neurologista são ainda mais animadoras. Ele afirmou que o que se espera é, além delas não terem sequelas uma vez que se recuperam muito bem, não apresentarem nenhuma lesão futuramente no cérebro, por onde estavam grudadas.
 

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