Cuca deixa o comando do Corinthians após apenas dois jogos

Cuca, técnico do Corinthians, anunciou sua saída do comando da equipe após apenas duas partidas no cargo. A decisão foi tomada após a vitória nos pênaltis contra o Remo, na última quarta-feira, que garantiu a classificação do Timão para as oitavas da Copa do Brasil.

O treinador citou a pressão familiar e nas redes sociais como principais motivos para deixar o clube. Ainda no campo, Cuca foi abraçado pelos jogadores e o presidente Duilio Monteiro Alves lamentou a saída, afirmando que o técnico vem sofrendo um "massacre" e já iniciou a busca por um novo comandante.

Cuca assumiu o Corinthians na última quinta-feira, substituindo Fernando Lázaro, e estreou no domingo com uma derrota por 3 a 1 para o Goiás, fora de casa, pela 2ª rodada do Brasileirão. Desde sua chegada, o treinador enfrentou protestos de parte da torcida do Timão, que não aceitou a contratação de alguém condenado por estupro em 1989 na Suíça. A diretoria do clube acreditava na inocência de Cuca, que também se declara inocente.

O técnico contratou advogados para provar sua inocência na Suíça, após parte de seu discurso ter sido desmentido pelo advogado da vítima. Nesta semana, Cuca disse que, antes de realizar seu sonho de comandar o Corinthians, enfrentou dias pesados e de pesadelo, sofrendo muita pressão.

A saída precoce de Cuca foi cogitada no início da semana, mas o treinador inicialmente negou essa possibilidade. O clube enfrentou protestos na porta do CT Joaquim Grava, na porta do Parque São Jorge e também manifestações internas.

O próximo jogo do Corinthians é o clássico contra o Palmeiras, no sábado, no Allianz Parque, pelo Brasileirão. Fernando Lázaro, que faz parte da comissão fixa, pode comandar a equipe novamente.

O caso de estupro aconteceu em 1987, quando Cuca e outros três atletas foram detidos sob alegação de terem tido relações sexuais sem consentimento com uma garota durante uma excursão do Grêmio pela Europa. Cuca, Eduardo e Henrique foram condenados a 15 meses de prisão por atentado ao pudor com uso de violência, enquanto Fernando foi absolvido da acusação de atentado ao pudor e condenado por envolvimento no ato de violência. Como o Brasil não extradita seus cidadãos, eles nunca cumpriram a pena.