O Atlético enviou o balanço financeiro de 2022 aos conselheiros, gerando discussões sobre o real valor da dívida do clube. O documento revela um endividamento líquido de R$ 1,571 bilhão, sem incluir os R$ 440 milhões de empréstimo para a conclusão das obras na Arena MRV, que entrarão no demonstrativo contábil do estádio separadamente. Portanto, considerando ambos os montantes, a dívida total ultrapassa os R$ 2 bilhões.

O clube informa que já possui recursos para quitar os R$ 440 milhões da Arena MRV, provenientes da venda de cadeiras cativas e camarotes do estádio. Os compradores pagam diretamente ao banco, que libera a verba ao clube.

Aumento da dívida e perfil da dívida

O Atlético apresentou um aumento de R$ 259 milhões em dívidas em comparação a 2021, um crescimento de 19%. O perfil da dívida inclui programas de refinanciamento e dívidas fiscais (18%), empréstimos dos apoiadores, investimento em atletas, fornecedores e outros (35%), e operações de crédito (47%). O clube atribui esse aumento a fatores como a não venda de parte das ações do Diamond Mall e a alta da Selic (taxa básica de juros) em 2022.

Dívida em curto prazo e renegociação

A dívida em curto prazo (com pagamento em até um ano) aumentou de R$ 506 milhões para R$ 873 milhões, com adições de novos empréstimos no valor de R$ 698 milhões. O Atlético espera renegociar esses valores e, até o fim do primeiro semestre, concluir a venda dos 24,95% restantes do Diamond e firmar a parceria com o investidor da Sociedade Anônima de Futebol (SAF).

Receitas e despesas

Em 2022, o Atlético obteve R$ 429 milhões em receitas brutas, R$ 72 milhões a menos do que em 2021, devido à redução nas premiações esportivas. A receita líquida foi de R$ 375 milhões. A premiação e os direitos de transmissão foram as principais fontes de receita do clube, com R$ 155 milhões arrecadados.

Por outro lado, houve alto custo na manutenção de jogadores importantes, incluindo renovações e luvas, totalizando R$ 326 milhões em despesas com futebol profissional.