Casal descobre venda ilegal de sua casa e arma emboscada para capturar golpistas em Mongaguá
Idosos simulam interesse pelo próprio imóvel e ajudam na prisão de falsos vendedores durante encontro.
Por Plox
27/04/2024 12h27 - Atualizado há 8 meses
Em um episódio inusitado de autodefesa e astúcia, um casal de idosos de Mongaguá, no litoral de São Paulo, descobriu que sua casa estava sendo ilegalmente oferecida para venda na internet por golpistas. O imóvel, uma herança de família localizada no bairro Agenor de Campos, tornou-se o cenário de uma armadilha bem-sucedida que culminou na prisão dos criminosos.
A fraude veio à tona quando a mulher de 63 anos foi alertada por um conhecido sobre o anúncio de venda da residência em um grupo do Facebook. Intrigada e preocupada, ela e seu marido de 73 anos decidiram investigar a situação. Sob a fachada de potenciais compradores, eles marcaram uma visita ao imóvel com os supostos vendedores para o dia seguinte.
O anúncio fraudulento foi publicado por um perfil falso nas redes sociais sob o nome de "Paulo Santos", identificado mais tarde como Pedro Alexandro Oliveira, de 41 anos. Oliveira e sua companheira, Suzana de Almeida Oliveira, de 39 anos, eram os responsáveis pela tentativa de venda do imóvel por R$ 115 mil. Eles utilizavam a internet para interagir com interessados, alegando urgência na transação.
Durante o encontro marcado, a polícia, já notificada pelo casal, realizou uma operação discreta nas proximidades. A idosa, ao se deparar com outros dois homens que também foram enganados pelos anúncios, esclareceu que a casa não estava realmente à venda e expôs o golpe.
Pouco tempo depois, Suzana e Pedro chegaram ao local. Suzana, apresentando-se como "Paula", funcionária encarregada de mostrar a casa, foi confrontada pela proprietária sobre a legitimidade da venda. A naturalidade e desinformação da golpista quanto ao verdadeiro proprietário do imóvel levantaram ainda mais suspeitas.
A ação culminou com a prisão dos falsos vendedores, que foram surpreendidos pela polícia no momento em que tentavam realizar a venda ilícita. Em depoimento, Suzana atribuiu a ideia do golpe a Pedro, que teria notado a casa aparentemente desocupada e sugerido a venda como uma oportunidade. Pedro, por sua vez, admitiu ter criado o perfil falso e alegou ter agido sozinho na organização do golpe.
Os advogados do casal, Vanessa Drudi e Ana Carolina Garbo, chamaram o incidente de um mal-entendido e defenderam a boa-fé de seus clientes, expressando confiança de que a investigação esclarecerá os fatos.