Collor xinga ex-PGR durante ataques no Senado

Fernando Collor de Mello, atualmente preso para cumprir pena de oito anos e dez meses determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), não poupou palavras ao expressar seu desprezo pelo ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot. O ex-presidente, conhecido por seu estilo combativo, lançou ataques ferozes durante sua passagem pelo Senado.

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Durante três pronunciamentos realizados nos dias 5, 24 e 25 de agosto de 2015, Collor subiu à tribuna para desferir acusações contra Janot, chamando-o, com ironia, de \"Janó\". Nessas ocasiões, acusou o então PGR de agir politicamente e de promover vazamentos seletivos de informações. Sem se preocupar com a formalidade do ambiente, usou termos como \"sujeito ressacado, sem eira nem beira\", \"figura tosca\", \"fascista da pior extração\" e \"engodo\" para se referir a ele.

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Em determinado momento, Collor chegou a sussurrar ao microfone da Casa chamando Rodrigo Janot de \"filho da puta\". A animosidade entre ambos ficou ainda mais evidente em 26 de agosto de 2015, quando Janot foi sabatinado no Senado para sua recondução ao cargo de procurador-geral. Frente a frente na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Collor voltou a insultá-lo, novamente o xingando de \"filho da puta\" e \"calhorda\", desta vez fora dos microfones.

A origem de toda essa hostilidade remonta à denúncia apresentada por Janot ao STF em 20 de agosto de 2015. Na peça, o ex-procurador acusava Fernando Collor de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, apontando que o ex-presidente teria recebido R$ 26 milhões em propinas entre 2010 e 2014, referentes a contratos da BR Distribuidora com a UTC Engenharia. Após análise do caso, o Supremo Tribunal reconheceu provas de que ao menos R$ 20 milhões foram repassados a Collor, resultando na condenação e, posteriormente, na prisão do ex-senador.