Robôs humanoides com inteligência artificial começam a atuar em fábricas

Máquinas inteligentes, capazes de aprender e executar tarefas complexas, avançam nos testes em ambientes industriais

Por Plox

27/04/2025 15h35 - Atualizado há cerca de 14 horas

Depois de décadas sendo aprimorados em laboratórios, robôs humanoides, equipados com inteligência artificial (IA), começam a se integrar a ambientes reais de trabalho, operando lado a lado com seres humanos.


Imagem Foto: Divulgação


Com braços articulados, sensores, câmeras, microfones e circuitos capazes de tomar decisões, essas máquinas já estão sendo testadas em empresas como Mercedes-Benz, BMW e Amazon, marcando uma nova etapa na automação industrial. Segundo o Goldman Sachs, esse mercado poderá atingir US$ 38 bilhões até 2035, reduzindo em 40% o custo atual dos robôs humanoides, cujos preços já caíram de valores entre US$ 50 mil e US$ 250 mil para a faixa de US$ 30 mil a US$ 150 mil desde 2023.



As vantagens são várias: além de substituir humanos em tarefas repetitivas ou perigosas, os robôs turbinados por IA agora conseguem aprender e executar funções complexas sem depender de programação constante ou controle remoto. Um exemplo é o Apollo, humanoide da americana Apptronik, testado pela Mercedes na Alemanha. Com 1,73 metro de altura e 72 quilos, o Apollo transporta kits de peças entre linhas de montagem.



Empresas como BMW adotaram robôs da Figure AI em suas fábricas nos EUA, enquanto a Tesla desenvolve o Optimus para uso interno e externo. A Amazon testa o Digit, da Agility Robotics, em centros logísticos, onde otimiza o transporte de itens em corredores estreitos. A IA permite que os Digit aprendam coletivamente, acelerando a adaptação e execução de novas tarefas.



Além das fábricas, humanoides também avançam para uso doméstico. A norueguesa 1X desenvolveu o Neo Gamma, projetado para realizar tarefas como aspirar o chão e regar plantas. No entanto, conforme alerta Esther Colombini, professora da Unicamp, apesar dos avanços, ainda existem desafios de confiabilidade, além de dilemas éticos e regulatórios quanto à presença de máquinas pesadas em lares.



Na corrida global, a China desponta como líder. De acordo com relatório do Morgan Stanley, 73% das principais empresas do setor estão na Ásia, 56% delas na China. O país, que já incluiu robôs humanoides em seu plano estratégico de crescimento, pretende ter produção em massa em 2025 e integração profunda desses robôs à economia real até 2027. Companhias como Ubtech, Unitree e Agibot lideram o movimento, com inovações como a participação de robôs em maratonas, demonstrando sua resistência e habilidade.


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