Deslizamento de terra em Papua-Nova Guiné pode ter soterrado mais de 2 mil pessoas
Estimativa do governo é três vezes maior do que a da ONU, que calcula 670 mortos
Por Plox
27/05/2024 09h03 - Atualizado há 11 meses
Um deslizamento de terra ocorrido na sexta-feira, 24 de maio, em Papua-Nova Guiné, pode ter enterrado mais de 2 mil pessoas, conforme relatado pelo governo local às Nações Unidas. Este número é significativamente maior que a estimativa da ONU, que calcula 670 mortos. A catástrofe ocorreu na vila de Yambali, na província de Enga, causando grande destruição e deixando os moradores em estado de choque.

Busca por vítimas e desafio nas estimativas
Até o momento, apenas seis corpos foram recuperados. A discrepância entre os números apresentados pelo governo e a ONU levanta questões sobre a precisão das estimativas. O chefe da missão da Organização Internacional para Migração (OIM) na Papua-Nova Guiné, Serhan Aktoprak, comentou: "Não podemos contestar o que o governo sugere, mas não podemos comentar". A OIM mantém a estimativa de 670 mortos, enquanto aguarda novas evidências.
A diretora interina do Centro Nacional de Desastres de Papua-Nova Guiné, Luseta Laso Mana, afirmou em uma carta à ONU que o deslizamento "enterrou mais de 2 mil pessoas vivas" e causou "grande destruição". A situação no local permanece crítica, com o solo ainda instável, dificultando o trabalho das equipes de resgate.
Dificuldades no acesso e socorro
O deslizamento cobriu 200 metros da principal rodovia da província com escombros de até 8 metros de profundidade, complicando ainda mais os esforços de socorro. A localização remota e a falta de telecomunicações, juntamente com a guerra tribal na região, tornam a missão ainda mais desafiadora. Equipamentos de terraplenagem doados e trazidos para o local são essenciais, mas o trabalho é perigoso devido ao terreno instável.
Resposta governamental e ajuda internacional
No domingo, 26 de maio, Mana e o ministro da Defesa, Billy Joseph, visitaram Yambali em um helicóptero militar australiano para avaliar as necessidades. Mana entregou um cheque de 500.000 kina (US$ 130.000) a um funcionário local para a compra de suprimentos de emergência para os 4 mil desabrigados. A visita também teve o objetivo de decidir se o governo deveria solicitar mais apoio internacional.
Enquanto isso, as autoridades enfrentam a resistência de moradores traumatizados, que estão divididos sobre o uso de máquinas pesadas para desenterrar os corpos de seus parentes, temendo mais danos aos corpos.