Documentário resgata legado japonês em Ipatinga e emociona o público

‘Um Japão nas Entrelinhas’ retrata influência cultural e histórica da colônia japonesa na formação de Ipatinga e segue agora para circuito nas escolas públicas

Por Plox

27/05/2025 08h00 - Atualizado há 17 dias

O documentário 'Um Japão nas Entrelinhas' foi exibido no último sábado (24), na sede da Associação Nipo-Brasileira de Ipatinga (ANBI), no bairro Cariru, reunindo um público emocionado e participativo.

Imagem Foto: Divulgação

O evento, realizado gratuitamente como parte do Dia da Comunidade Japonesa, contou também com oficinas e apresentações culturais que celebraram as raízes da colônia japonesa na cidade.


Imagem Foto: Divulgação


Dirigido por Sávio Tarso e codirigido por Nilmar Lage, o filme traça um retrato sensível da influência dos imigrantes japoneses na formação econômica, social e cultural de Ipatinga. Utilizando arquivos históricos, imagens do cotidiano e depoimentos, o documentário mostra como práticas como o cultivo de hortas, o cuidado com a alimentação e a disciplina passaram a integrar o estilo de vida da população local.


Imagem Foto: Divulgação


Durante a sessão comentada, o público pôde interagir com os realizadores e refletir sobre pertencimento, legado e identidade.
\"A colônia japonesa é parte da espinha dorsal da história de Ipatinga\", declarou o diretor Sávio Tarso, destacando a urgência de preservar essa memória, especialmente no marco dos 60 anos da colônia.
Foto: Divulgação

Uma das falas que mais tocou o público foi a de Maria Antônia, entrevistada no filme. Ela ressaltou a influência direta dos japoneses em sua vida, lembrando como alimentos antes desvalorizados nas roças, como brócolis, gengibre e couve-flor, passaram a ter presença marcante nas cozinhas locais. “Foi um aprendizado para a vida toda”, disse.


Imagem Foto: Divulgação


Os depoimentos também emocionaram famílias de pioneiros. Jorge Taniguchi compartilhou a emoção de ver sua mãe retratada no filme, reforçando a conexão entre passado e presente.

Imagem Foto: Divulgação

A filha de Tsuya Tahara, Kei Kitahara, revelou o impacto de ver a mãe, que morreu pouco após a entrevista, registrada com tanta sensibilidade. “O filme captou a alegria dela de viver”, relatou.

Imagem Foto: Divulgação


Outro aspecto destacado foi o potencial educativo do projeto. O historiador Pedro Watanabe ressaltou como o documentário aproxima gerações, especialmente os jovens que conhecem o Japão apenas por meio da cultura pop. Ele mencionou ainda a escultura de Tomie Ohtake como exemplo de patrimônio muitas vezes invisível.


O engenheiro Mário Taniguchi também reforçou o caráter formativo da produção, apontando a importância da memória como ferramenta de aprendizado.
“A cultura permeia a vida de cada um e oferece a chance de conhecer melhor essa história”, disse.


A exibição marcou o início de um circuito de apresentações em dez escolas municipais, com apoio da Prefeitura de Ipatinga e financiamento da Lei Paulo Gustavo.

A proposta é levar o debate sobre diversidade, memória e identidade cultural aos estudantes, fortalecendo o sentimento de pertencimento e valorização da história local.


Destaques