Hospedagem da COP30 em Belém tem diária de até R$ 202 mil

Preços de casas e hotéis disparam na capital paraense; valor total por 11 dias pode chegar a R$ 2,2 milhões

Por Plox

27/05/2025 13h18 - Atualizado há 1 dia

Com a proximidade da COP30, marcada para novembro em Belém, no Pará, os valores de hospedagem na cidade dispararam e surpreenderam participantes e representantes internacionais. Algumas casas e hotéis estão cobrando cifras altíssimas, com unidades chegando a exigir até R$ 2,2 milhões pelos 11 dias do evento.


Imagem Foto: Presidência


Em um dos casos mais extremos, uma residência de 800 m², localizada a 14 quilômetros do Mercado Ver-O-Peso e a apenas quatro quilômetros do Aeroporto de Belém, está sendo ofertada por R$ 202.958 a diária. A casa tem dois quartos, com duas camas de casal e uma individual, além de piscina, varanda e terraço.


Mesmo em cidades vizinhas, como Ananindeua, os preços seguem altos. Em uma das ofertas, uma casa para até duas pessoas custa R$ 53,4 mil a diária, totalizando cerca de R$ 600 mil pelo período completo.



A procura crescente contrasta com a limitação da capacidade hoteleira da capital paraense. Segundo dados divulgados em abril pela organização da cúpula, Belém dispõe de aproximadamente 36 mil leitos, considerando toda a rede formal, aluguéis por temporada e navios de cruzeiro.


O governo do Pará, junto ao Palácio do Planalto, vem tentando encontrar soluções para o desafio. Entre as medidas estão a reforma e construção de novos hotéis, a adaptação de escolas como hostels e a contratação de navios para ampliar a capacidade de hospedagem.



A organização também decidiu antecipar o encontro dos chefes de Estado, que normalmente acontece nos dois primeiros dias da COP. Desta vez, ele ocorrerá na primeira semana de novembro, antes da abertura oficial da conferência, prevista para os dias 10 a 21.


– Isso nos dá tempo para uma reflexão mais aprofundada, sem a pressão da rede hoteleira ou da cidade, além de ajudar a organizar melhor a abertura oficial do evento – afirmou Valter Correia, secretário extraordinário da COP30.



A falta de infraestrutura já gerou incômodos diplomáticos. Em telegramas trocados entre embaixadas brasileiras, há registros de críticas vindas de países como China e Noruega. A embaixada brasileira em Pequim relatou que autoridades chinesas enfrentam sérias dificuldades para reservar acomodações e demonstraram preocupação com os altos custos.


Empresários também demonstram insatisfação. Nick Henry, CEO da Climate Action, entidade internacional voltada à sustentabilidade, mencionou em carta que diversos executivos consideram desistir da COP30 por não conseguirem hospedagem adequada. Há ainda pedidos por mais informações sobre alternativas como vilas militares, cruzeiros e alojamentos escolares.


A preocupação é tamanha que, segundo os documentos, há países cogitando reduzir suas delegações, diante da incerteza em relação às acomodações disponíveis para o evento global.


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